A Mil por Hora
Fórmula 1

Visíveis diferenças

RIO DE JANEIRO – Praticamente recuperado após me ausentar de tudo nos últimos dias – este que vos escreve entrou para a estatística dos infectados por Covid mas, sim, tive os chamados sintomas leves e aos poucos vim ganhando confiança após uma quarentena forçada – sento-me à frente do computador para poder escrever sobre o bom […]

Saltam aos olhos a diferença entre Red Bull e Mercedes: Os alemães não têm mais o melhor carro, não são a melhor equipe do momento e muito menos o segundo piloto da casa da estrela de três pontas está à altura do que se espera dele. Já para o lado de Verstappen, tudo converge para o positivo. Será que chegou a hora e a vez do holandês?

RIO DE JANEIRO – Praticamente recuperado após me ausentar de tudo nos últimos dias – este que vos escreve entrou para a estatística dos infectados por Covid mas, sim, tive os chamados sintomas leves e aos poucos vim ganhando confiança após uma quarentena forçada – sento-me à frente do computador para poder escrever sobre o bom GP da França deste domingo.

Pois é: eu gostei da 7ª etapa do campeonato. Inclusive devo dizer que sempre fui fã do velho Paul Ricard – não da pista como ela se encontra, com aqueles desenhos horrorosos de áreas de escape todas asfaltadas. Mas ao contrário das corridas passadas no circuito da região de Le Castellet, esse GP da França foi legal. Porque mostrou as visíveis diferenças entre Mercedes-Benz e Red Bull no cenário atual da Fórmula 1.

Fica cada vez mais claro o seguinte: a Mercedes não é mais a melhor equipe e também não tem mais o melhor carro. Vacila claramente nas estratégias e, muito embora Lewis Hamilton tivesse feito o possível – esse possível não foi suficiente para ofertar ao britânico a 99ª vitória na carreira – aliás, quem achava, como eu, que seria fácil chegar e superar a marca centenária, melhor sossegar o facho por um tempo.

Além das questões técnicas e estratégicas, a equipe chefiada por Toto Wolff tem outro problema bem grande e que atende pelo nome de Valtteri Bottas. Também parece muito claro que o finlandês não tem mais nenhuma condição de ajudar Hamilton. Se vocês forem consultar o dicionário Aurélio hoje e procurarem por um sinônimo para ‘inútil’, cuidado: talvez se deparem com o nome do finlandês no verbete.

É um cenário diferente da Red Bull: os austríacos parecem viver um momento muito melhor em todos os níveis, Pérez é um piloto mais ‘pronto’ e muito mais eficiente que Bottas. E, sobretudo, há Verstappen,

O holandês ainda é capaz de erros. O que cometeu na largada é um claro sinal disso. Mas ninguém pode acusá-lo de omissão. E nem à equipe rubrotaurina de tentar fazer alguma coisa diferente. Com uma estratégia de duas paradas e pneus médios no último stint, Max trucidou a vantagem de Hamilton e, sem apelo nem agravo, passou o britânico e levou sua 13ª conquista para casa.

Vitória de campeão, dirão alguns. Eu não arriscaria. Há um longo campeonato por se percorrer – mas o momento da Red Bull e de Verstappen, hoje, é amplamente favorável. Max chegou à França com quatro pontos de vantagem no bolso do macacão (105 a 101). Agora, o líder do campeonato vai para a rodada dupla ‘em casa’, no circuito Red Bull Ring, com 12 de frente (131 a 119).

Dito isto, não é ainda possível cravar Verstappen campeão – mas a situação de Hamilton nunca esteve tão delicada quanto está agora, desde a batalha interna contra Rosberg. Vamos ver se a Mercedes terá poder de reação nas próximas etapas. Claro está que Bottas não reúne mais nenhuma condição de ajudar o companheiro de equipe a roubar pontos dos adversários.

Complementando, o GP da França mostrou ainda que a McLaren segue muito bem e com ritmo de corrida claramente superior à Ferrari – que aliás teve um domingo pavoroso. Charles Leclerc conseguiu não só levar uma volta, como também levou pau de George Russell, de Yuki Tsunoda (que largou de último e dos boxes), Esteban Ocon e até de Antonio Giovinazzi. Carlos Sainz não fez muito melhor, até porque chegou em 11º.

Com Norris em quinto e Ricciardo em sexto, a casa de Zak Brown fez mais 18 pontinhos, alcançou 110 e passou Maranello na luta pelo 3º lugar do Mundial de Construtores. Pierre Gasly e Fernando Alonso salvaram o dia de Alpha Tauri e Alpine. E a Aston Martin, em franca evolução, acertou na estratégia de uma parada apenas – o que levou Vettel aos pontos pela terceira corrida consecutiva no ano e Stroll, que veio do fim do pelotão, ainda fez o último pontinho do domingo.