A Mil por Hora
Fórmula 1

LH100!

SÃO PAULO – Catorze anos, desde 2007. Quinze temporadas. Duzentos e oitenta e um GPs disputados. Cem vitórias. Senhoras e senhores, a história foi escrita mais uma vez diante dos nossos olhos. Aos 36 anos, Lewis Carl Davidson Hamilton escreve mais uma bonita página na história da Fórmula 1 e do automobilismo mundial. Junto a Richard […]

A festa da equipe. A placa comemorativa. A história escrita diante dos nossos olhos: Lewis Hamilton, 100 vitórias na Fórmula 1

SÃO PAULO – Catorze anos, desde 2007. Quinze temporadas. Duzentos e oitenta e um GPs disputados.

Cem vitórias.

Senhoras e senhores, a história foi escrita mais uma vez diante dos nossos olhos.

Aos 36 anos, Lewis Carl Davidson Hamilton escreve mais uma bonita página na história da Fórmula 1 e do automobilismo mundial. Junto a Richard Petty na Nascar e Giacomo Agostini na MotoGP, o britânico da Mercedes torna-se mais um piloto de categoria internacional a atingir três dígitos em número de triunfos.

Situações absolutamente distintas: The King atingiu 200 vitórias na Stock Car americana num tempo de corridas realizadas em curto espaço de tempo entre elas; Ago chegou a 122 conquistas na MotoGP em tempos onde os pilotos podiam competir em mais de uma categoria – e não só ganhou mais de 100 provas como foi campeão mundial quinze vezes.

Hamilton também se beneficiou não só por mudanças de calendário, com mais corridas e assim mais oportunidades para ganhar corridas, como também por quase nunca ter tido carros ruins. Trabalhamos com verdades: ele é um piloto fantástico, mas em toda a carreira só guiou por duas escuderias e sua pior classificação foi o 5º lugar no Mundial de Pilotos – duas vezes, em 2009 e 2011.

Dirão também que essa vitória de número #100 poderia não ter acontecido hoje em Sóchi, sede do GP da Rússia. É verdade: Hamilton fez uma largada excessivamente cautelosa, chegou a cair para o 7º lugar na corrida – ele era o quarto no grid, lembremos – e ainda perdeu tempo no início. Mas as circunstâncias ajudaram e um certo incentivo de Toto Wolff, a determinada altura da corrida, também.

“Vai pra cima, você pode ganhar”, disse o Team Principal.

LH acreditou ser possível e foi à luta. Beneficiado por estratégias de outras equipes, chegou ao 2º lugar e partiu para dentro do pole position Lando Norris, que dominou grande parte da disputa neste domingo.

Só que começou a chover. E aí, enquanto muitos pilotos buscavam os boxes para montar pneus intermediários em seus carros, Lando e Lewis não paravam. A McLaren insistia que o líder da corrida – que saíra pelo acostamento duas vezes seguidas – parasse. Norris deu de ombros, arriscou. Hamilton fez o que parecia ser trivial demais, conservador demais: foi aos pits e mudou os compostos.

De repente, a chuva apertou. E o ‘all in’ de Norris foi para o brejo. Como escreveu o craque da narração Everaldo Marques com muita propriedade no Twitter, Fórmula 1 não é pôquer. Lando apostou todas as suas fichas e cartas num emule de Rubens Barrichello em Hockenheim 2000 e pagou um preço muito alto. Mas não se pode condená-lo por tentar. Faz parte do jogo. E uma coisa é certa: o moleque teve bolas para isso. Não deu certo hoje, mas pode ser que um dia dê. A primeira vitória dele é questão de tempo…

Agora, tanto quanto Hamilton, que com o triunfo centenário chegou à liderança outra vez, Max Verstappen teve competência e uma grande dose de sorte – sem ela não se faz um campeão, nunca se esqueçam disso… – para chegar em 2º vindo de último no grid. E tudo parecia crer ser impossível, mas veio a chuva e o “pato” holandês, um dos primeiros a parar, saiu-se muito bem.

Também não podemos deixar de destacar a ótima corrida – com pódio – de Carlos Sainz; o excelente 4º posto de Daniel Ricciardo; Alonso em sexto – e poderia ter sido terceiro se não chovesse; Räikkönen de volta pós-Covid com um brilhante oitavo lugar, considerando a bicheira que guia; e pela quarta corrida nas últimas cinco, Williams outra vez nos pontos, com Russell em 10º – a despeito de uma excepcional performance do galalau britânico em qualificação.

No bojo, foi um ótimo GP da Rússia. Sempre achamos as corridas por lá chatas. Felizmente, houve uma exceção – num campeonato excepcional.

A próxima parada é em Istambul, no primeiro domingo de outubro. Quem está ansioso por mais esta batalha? Faltam sete embates e é difícil prever qualquer coisa daqui pra frente.

A não ser que, para ser octacampeão do mundo e se isolar como o maior campeão da história, Lewis Carl Davidson Hamilton terá um trabalho de Hércules para derrotar Max Emilian Verstappen.

Ou alguém ainda tem dúvidas?