Barcelona, dia #8
RIO DE JANEIRO – Acabou a pré-temporada mais curta da história da Fórmula 1. Só duas sessões em Barcelona, oito dias de treinos. E fim de papo: agora todo mundo vai levar os equipamentos para Melbourne, onde acontece a abertura do Mundial de 2016 no dia 20, com o GP da Austrália. E seja o que Deus quiser.
É claro que a Mercedes é a favorita número um ao título (escondendo o jogo durante os últimos dias, andando quase sempre de pneus médios) e a Ferrari, que liderou cinco das oito sessões, aparece como aquela que deve ser a principal rival da montadora alemã. O W07 da estrela de três pontas resolveu dar “chabu” na última sessão. Quebrou com Lewis Hamilton, que mesmo assim fechou o dia em quinto. Sebastian Vettel fez 1’22″852 de manhã (de supermacios) e foi o piloto que mais voltas percorreu na sexta-feira – 142, contra 133 da Toro Rosso de Carlos Sainz Jr., que de ultramacios cravou 1’23″134.
Felipe Massa e Sergio Pérez, ambos de pneus supermacios, viraram na casa de 1’23” alto e, além da Toro Rosso com Sainz, a McLaren e a Manor também montaram ultramacios. No caso de Haryanto, não resultou muito. Jenson Button fez o 7º tempo apenas.
A Renault (ou melhor, Jolyon Palmer) não ficou nem um pouco contente com o rendimento do RS16 – “Frustrante”, reclamou o piloto – e a Haas começou a sentir na pele que Fórmula 1 não é brincadeira. “Isso não é a Carolina do Norte”, assustou-se o dono do time, Gene Haas.
Para fechar, é oficial: o sistema “dança das cadeiras” em que um piloto é eliminado por vez a cada 90 segundos a partir de uma margem de tempo em cada uma das três partes do treino oficial, será mesmo adotado a partir do GP da Austrália. Os pilotos, cada vez menos ouvidos dentro da categoria, odiaram. O “Halo” também será introduzido – só que em 2017. O artefato, testado por Kimi Räikkönen e Sebastian Vettel, é esteticamente horroroso. Até Lewis Hamilton reclamou da trapizonga e nem o pai de Jules Bianchi acha que o “Halo” é uma solução de segurança.
Como um leitor bem disse aqui no blog, quero ver o que acham as empresas que assinam contratos para ter seus logotipos estampados nos capacetes dos pilotos.
Na boa, se eu sou o Lewis Hamilton, tetracampeão (provavelmente será), com um monte de vitórias, e realizado, eu simplesmente abandonava a Fórmula 1 se instituíssem esse tal de Halo aí. Pra correr com isso aí, melhor tentar arrumar uma vaga na LMP1 e correr Le Mans, porque os protótipos são bem mais bonitos, e tem uma cobertura que protege de verdade.
Mas no WEC ele não ganharia nem uma fração dos 40 milhões de Euros que ele recebe por ano…
Eu aqui esperando para ver o quanto a Mercedes viraria em voltas rápidas …
Esconder o jogo ou um acordo de cavalheiros para não desanimar os espectadores antes da largada na Austrália?
O SF16 poderia ter um protocolo de largadas fora do comum. O provável ponto fraco da Mercedes é ultrapassar carros com equivalência (ou mais rápidos) em velocidades de reta, já que se fala em muito downforce. Não vai adiantar fazer curvas rápidas se tiver um adversário bloqueando a frente.