O desenhista Dave Wass também pagou sua conta pela péssima temporada em 1986 e foi demitido. Entrou em seu lugar o engenheiro Ross Brawn, que desenvolveria sozinho seu primeiro carro de Fórmula 1. E também não sobrou nenhum dos antigos pilotos. Com Surer nocauteado pelo acidente no meio do campeonato anterior e sem chance de regressar, Boutsen seduzido pela Benetton e Danner fechado com a Zakspeed, o jeito foi buscar pilotos com alguma experiência que estavam disponíveis no mercado.
Com uma limitação de combustível de 195 litros por corrida, diferentemente dos 220 litros que podiam ser consumidos até 1986, a Arrows precisou contar muito com a colaboração de Heini Mader – até porque também havia a questão do uso da válvula pop-off que limitava a pressão dos turbos a 4 atmosferas. Era uma equação complicada a se resolver. E nas primeiras corridas, o que se viu foi um festival de problemas de superaquecimento. Eddie Cheever conseguiu sobreviver no GP da Bélgica e fez os três primeiros pontos dele e da equipe em 1987.
Warwick demorou um pouco mais a sair do zero no campeonato. Fez um 5º posto no GP da Inglaterra, diante de sua torcida e foi sexto na Hungria, numa pista travada e pouco favorável aos motores turbo. E por mais que ele e Cheever se esforçassem, os resultados não vinham. Toda a sorte de problemas afetou os dois em 1987 e Warwick ainda teve o azar de sofrer um violentíssimo acidente durante o GP do México, ao bater na saída da temida curva Peraltada, como visto no vídeo abaixo.
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A porrada de Warwick dividiu a corrida em duas e ironicamente Cheever repetiria o 4º lugar obtido em Spa-Francorchamps, que se constituiu no melhor resultado dele e da equipe no ano. O estadunidense ainda foi sexto em Portugal. Saldo do ano: um modesto 7º lugar no Mundial de Construtores, com onze pontos – o mesmo total da Tyrrell, que corria de novo com o motor Ford Cosworth DFZ já de acordo com o regulamento que vigoraria a partir de 1989, quando os turbos seriam totalmente banidos da Fórmula 1.
Apesar de mais um ano de resultados bem medianos, a Arrows manteve o programa para 1988, cumprindo o contrato com a USF&G, o consórcio Megatron e Heini Mader, que fez o que era possível com o motor BMW – agora preparado para consumir apenas 150 litros de combustível em todas as corridas da temporada.
Mas isso é assunto para a sétima parte da retrospectiva da Arrows.