A Mil por Hora
24 Horas de Le Mans

Os “Art Cars” da BMW

RIO DE JANEIRO – Há carros que, por si só, são verdadeiras obras de arte quando concebidos e construídos, por suas linhas e formas. Juntemos então os carros e a arte propriamente dita e veremos que ambas têm alguma sinergia. Principalmente no automobilismo, onde a BMW foi a pioneira na concepção dos chamados art cars. A tradição […]

RIO DE JANEIRO – Há carros que, por si só, são verdadeiras obras de arte quando concebidos e construídos, por suas linhas e formas. Juntemos então os carros e a arte propriamente dita e veremos que ambas têm alguma sinergia. Principalmente no automobilismo, onde a BMW foi a pioneira na concepção dos chamados art cars.

A tradição começou em 1975, onde o piloto francês e também dono de equipe Hervé Poulain convidou um artista para fazer um trabalho especial de pintura num carro de corrida. O estadunidense Alexander Calder foi o primeiro. Amigo de Poulain, ele fez uma pintura moderna para a BMW 3.0 CSL #93 que Poulain dividiria nas 24 Horas de Le Mans de 1975 com Sam Posey e o belga Jean Guichet, vencedor da corrida dez anos antes. O carro abandonou na 9ª hora da prova, com uma falha na junta universal.

No ano seguinte, Frank Stella, também estadunidense, aplicou suas ideias na pintura de outra 3.0 CSL, a de número #41, guiada por Peter Gregg e Brian Redman em Sarthe. Mais uma vez um art car não chegaria ao final, posto que o carro quebrou após a quarta hora por um vazamento de óleo.

Em 1977, um ícone da pop art, Roy Liechtenstein, fez a pintura de uma 320i, mais uma vez guiada por Hervé Poulain, acompanhado de Marcel Mignot. O carro #50 foi o primeiro art car a receber uma quadriculada nas 24 Horas de Le Mans: chegou em 9º na geral e em segundo na classe IMSA, atrás da BMW de Jean Xhenceval/Pierre Dieudonné/Spartaco Dini.

Por falar em pop art, Andy Warhol, idealizador do Velvet Underground, autor de capas safadas como a de Sticky Fingers dos Rolling Stones e que fez o diabo até em lata de sopa Campbell’s, também deixou sua marca numa BMW art car. Foi em 1979, no modelo M1 alinhado para Hervé Poulain, Marcel Mignot e Manfred Winkelhock. A trinca conseguiu um expressivo 6º posto na geral com o carro #76.

Vinte anos depois, foi a vez de uma criação de Jenny Holzer estampar um carro da marca em Sarthe. A BMW LMR V12 de Jo Winkelhock/Tom Kristensen/Bill Auberlen, número #16, andou só na pré-qualificação, mas depois a marca bávara decidiu fazer forfait com este carro. O #15 de Winkelhock, Pierluigi Martini e Yannick Dalmas venceu a corrida – mas não com esta pintura da foto.

Por fim, eis o último art car da marca de Munique nas 24 Horas de Le Mans. Criação de Jeff Koons, a BMW M3 GTR da classe LMGT2 correu em Sarthe no ano de 2010. O #79 guiado por Andy Priaulx/Dirk Werner/Dirk Muller abandonou na 5ª hora em decorrência de uma falha no sistema de alimentação de combustível.