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Fórmula 1

McLaren e Honda: a volta da parceria, 23 anos depois

RIO DE JANEIRO – Vinte e três anos depois do fim do frutífero casamento entre McLaren e Honda, a velha e vitoriosa parceria vai voltar na Fórmula 1. Foi confirmado nesta quinta-feira o regresso do fabricante japonês à categoria máxima, como fornecedor de motores. A última passagem da Honda foi há cinco anos, como equipe, […]

Ayrton Senna

RIO DE JANEIRO – Vinte e três anos depois do fim do frutífero casamento entre McLaren e Honda, a velha e vitoriosa parceria vai voltar na Fórmula 1. Foi confirmado nesta quinta-feira o regresso do fabricante japonês à categoria máxima, como fornecedor de motores. A última passagem da Honda foi há cinco anos, como equipe, quando Rubens Barrichello e Jenson Button defendiam suas cores.

O regresso está assegurado para 2015. No próximo ano, a F-1 muda o regulamento técnico, saindo de cena os atuais propulsores V8 aspirados de 2,4 litros para a entrada de  motores V6 1,6 litro com turbocompressor. Não custa nada lembrar que a Honda, hoje, detém tecnologia de construção de motores com características semelhantes no automobilismo: faz um motor 2,8 litros biturbo para a divisão LMP2 de Esporte Protótipos e uma unidade 2,2 litros turbo para a Fórmula Indy. Pode estar nesta última a base mecânica para o projeto do 1,6 litro turbo da Fórmula 1.

Segunda equipe com o maior número de vitórias da categoria, com 182 triunfos, a McLaren – enquanto parceira da Honda – disputou 80 corridas entre 1988 e 1992, vencendo nada menos que 44 delas, com mais de 50% de aproveitamento. Trinta destes triunfos foram de Ayrton Senna, o que explica a verdadeira idolatria que os japoneses têm pelo brasileiro e a perfeita sinergia entre o piloto, a Honda e a McLaren naqueles tempos.

O binômio McLaren-Mercedes já perdura desde 1995 e, após um pequeno período de adaptação, a equipe desembestou a vencer corridas. Foram 78 do total de 182 do time de Woking. Mas, na média, é um aproveitamento que nem se compara ao da época em que a escuderia usava os motores Honda.

Abaixo, reproduzo trechos do comunicado oficial, que o site Grande Prêmio publicou nesta quinta-feira.

“A F1 está prestes a introduzir novos regulamentos, que exigem um motor mais reduzido com um turbocompressor e sistemas de reaproveitamento de energia, o que se encaixa melhor com as tecnologias ambientais para os veículos de produção em massa. Como resultado, mais do que nunca, podemos esperar mais feedback dos carros de corrida nos veículos de produção em série e algum feedback dos carros produzidos em série para os carros de corrida”, comentou o presidente da Honda, Takanobu Ito.

“Desde sua criação, a Honda tem sido uma empresa que cresce, assumindo desafios em corridas. A Honda tem uma longa história de fazer avançar nossas tecnologias e nutrir nosso povo por meio da participação na mais prestigiada categoria do mundo das corridas. Os novos regulamentos da F-1, com foco ambiental significativo, vão inspirar ainda mais o desenvolvimento de nossas próprias tecnologias avançadas, e isso é fundamental para nossa participação na F-1”, disse.

“Temos o maior respeito pela decisão da FIA de introduzir esses novos regulamentos, que são altamente desafiadores, mas também atraentes para os fabricantes que buscam tecnologias ambientais, e para a Formula One Group, que desenvolveu a F-1 por um alto custo e é uma categoria top apoiada por fãs entusiasmados. Nós gostaríamos de expressar a nossa sincera gratidão ao Sr. Jean Todt, presidente da FIA, e ao Sr. Bernie Ecclestone, CEO da Formula One Group, que mostraram grande compreensão e cooperação para ajudar a concretizar nossa participação na F-1”, continuou o executivo. A McLaren será a principal cliente da Honda no regresso dos japoneses. Mas não terá exclusividade, de acordo com a imprensa internacional. Uma ou mais escuderias receberão os motores do fabricante já em 2015 ou no ano seguinte. Sauber, Lotus e até Williams estão no olho do furacão.