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RIO DE JANEIRO – A Codemasters anunciou com pompa e circunstância o lançamento do game F1 2013 para todas as plataformas – PC, XBOX e Playstation – com direito à volta de carros clássicos da categoria máxima do automobilismo mundial. Porém, o que o fabricante do jogo licenciado pela FOM de Bernie Ecclestone fez é […]

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RIO DE JANEIRO – A Codemasters anunciou com pompa e circunstância o lançamento do game F1 2013 para todas as plataformas – PC, XBOX e Playstation – com direito à volta de carros clássicos da categoria máxima do automobilismo mundial. Porém, o que o fabricante do jogo licenciado pela FOM de Bernie Ecclestone fez é um “samba do crioulo doido”, para corar Stanislaw Ponte Preta, o jornalista Sérgio Porto (autor da expressão) de inveja.

Para começar, os dois brasileiros tricampeões de Fórmula 1, Ayrton Senna e Nelson Piquet, não estão no jogo. A família Senna, que licencia produtos de Ayrton, não autorizou o uso do nome do piloto. Não sei se Nelson Piquet fez o mesmo (pelo visto sim). E a ausência dos dois dá margem a algumas das grandes aberrações do jogo.

Com todo respeito a Mario Andretti, Emerson Fittipaldi e Mika Häkkinen, mas nenhum deles deveria autorizar a Codemasters a colocá-los em carros que nunca guiaram na vida. O velho Mario e o Rato estão no Lotus 98T que Senna guiou em 1986, tendo como companheiro de equipe Johnny Dumfries. Häkkinen ‘divide’ o Lotus 100T com Satoru Nakajima. Quer dizer: tem Nakajima, mas não tem Piquet. Que absurdo…

Outras presenças realmente surreais são a de Alain Prost na Williams FW07B de 1980 (custava pôr o Carlos Reutemann?); Michael Schumacher na Ferrari F1-87/88C, que foi o carro de Gerhard Berger e Michele Alboreto; e de Jody Scheckter na Ferrari F399, o que beira o inacreditável, posto que o sul-africano foi campeão 20 anos antes com a 312 T4, que merecia ser relembrada e reeditada.

O único ponto positivo é Damon Hill e Jacques Villeneuve juntos com a Williams FW18 de 1996. De resto, também não dá para entender porque a Ferrari F92-A, um dos piores carros de Maranello nos últimos tempos, faz parte dessa seção de carros clássicos junto a outros grandes modelos da Fórmula 1, aos quais eu incluiria a Brabham BMW BT52 e qualquer Renault Turbo dos anos 80 até 1983.

A impressão que dá é que a Codemasters vai desagradar – e muito – os fãs de Fórmula 1, principalmente os que idolatram Ayrton Senna e admiram Nelson Piquet. Como eu me incluo entre estes últimos – e nunca escondi isso, prefiro não comprar o jogo.

Foto: reprodução da Williams FW12 Judd de Nigel Mansell no circuito de Jerez (Terra)