RIO DE JANEIRO – A Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), sempre ela, aprontou mais uma. Desta vez, mexeu com um sobrenome de pedigree do esporte a motor do nosso país. Simplesmente a entidade impediu que Pedro Piquet, filho do tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet, disputasse neste fim de semana a 3ª etapa do Toyota Racing Series, certame de monopostos em território neozelandês, no circuito Highlands Motorsport Park, em Cromwell. Detalhes aqui.
O garoto, de apenas 15 anos de idade, necessitava de uma licença especial para competir na categoria, pois a idade mínima normalmente é 16. Sendo assim, a CBA informou antes do início da TRS que tinha permitido a participação de Pedro Piquet em caráter excepcional na categoria. Ele vinha evoluindo na categoria a olhos vistos, após as provas de Invercargill (Teretonga) e Timaru, e sua participação na prova de Cromwell era aguardada com grande expectativa.
Aí a bomba estourou: Pedro e Nelsão, que o acompanha nessa primeira caminhada nos monopostos, foram informados da cassação da licença especial. Conhecendo o velho Piquet como todos nós conhecemos, ele vai deitar falação e pôr a boca no mundo por conta desse episódio mal-contado.
Mas não muito: sabemos que o tricampeão é um ferrenho opositor da atual administração da CBA e inclusive disse várias vezes algumas coisas que certamente incomodaram os dirigentes. A atitude da entidade cheira a recalque contra a família Piquet, uma vez que o Toyota Racing Series não tem apenas Pedro Piquet entre os menores de 16 anos – sendo que, aliás, o certame permite em caráter excepcional pilotos dessa idade por ser uma temporada curta, de cinco etapas apenas.
É estranha, muito estranha mesmo, a atitude de uma confederação que diz que apoia a base do automobilismo – mas que é constantemente criticada e sem dúvida alguma, após mais este lamentável episódio, vai ganhar mais críticas ainda.
Parabéns aos envolvidos, é o que sempre digo.
Foto: Bruce Jenkins (reprodução Facebook)