A Mil por Hora
Túnel do Tempo

Direto do túnel do tempo (221)

RIO DE JANEIRO – O ano de 1972 foi de intensa atividade para José Carlos Pace no automobilismo. Ele correu de quase tudo o que estava ao seu alcance: Fórmula 1 pela equipe de Frank Williams; Fórmula 2, primeiro com o horroroso Pygmée construído por Marius Dal Bo e depois pela Surtees; Can-Am com o […]

PACE NO GULF MIRAGE

RIO DE JANEIRO – O ano de 1972 foi de intensa atividade para José Carlos Pace no automobilismo. Ele correu de quase tudo o que estava ao seu alcance: Fórmula 1 pela equipe de Frank Williams; Fórmula 2, primeiro com o horroroso Pygmée construído por Marius Dal Bo e depois pela Surtees; Can-Am com o monstruoso UOP-Shadow e Mundial de Marcas.

Neste certame, Moco esteve em nada menos que três carros diferentes, incluindo o bólido da foto, com a mítica pintura Gulf. Além do Mirage M6 com motor Ford Cosworth V8, idêntico ao usado na Fórmula 1 daquela época, o brasileiro disputou os 1000 km de Buenos Aires com Angel Monguzzi a bordo de um AMS 1300 e também os 1000 km de Zeltweg em sua estreia pela Ferrari, quando chegou em 2º lugar ao lado do austríaco Helmut Marko.

Pace competiu nas 6 Horas de Watkins Glen, última etapa da temporada do Mundial de Marcas de 1972, ao lado de Derek Bell no Gulf-Mirage #10. A dupla largou em 3º no grid com o tempo de 1’48″342, mas na corrida, não tiveram a menor chance contra as duas Ferrari 312 PB de Mario Andretti/Jacky Ickx e Ronnie Peterson/Tim Schenken. Acabaram também em terceiro, mas levaram nada menos que 14 voltas nas costas, com problemas de câmbio e freio.

“Quando pisei no freio no fim de uma reta, a 300 km/h, não senti nada e vi a curva se aproximando. Pensei que havia chegado a minha hora”, disse Moco na reportagem da Quatro Rodas publicada em setembro de 1972. “Com o carro desse jeito, não dá. E a equipe precisa melhorar, se quiser disputar o campeonato do ano que vem com alguma chance”, declarou.

Há 42 anos, direto do túnel do tempo.