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Fórmula 1

Piquet mais Piquet do que nunca

RIO DE JANEIRO – As melhores coisas do GP do Brasil de Fórmula 1 aconteceram fora da pista. Uma delas foi a presença do tricampeão mundial Nelson Piquet, que foi acompanhar no fim de semana a participação vitoriosa do filho Pedro na Porsche GT3 Cup Challenge Brasil, que fez uma das preliminares neste domingo. E […]

RIO DE JANEIRO – As melhores coisas do GP do Brasil de Fórmula 1 aconteceram fora da pista. Uma delas foi a presença do tricampeão mundial Nelson Piquet, que foi acompanhar no fim de semana a participação vitoriosa do filho Pedro na Porsche GT3 Cup Challenge Brasil, que fez uma das preliminares neste domingo.

E quando Piquet está nos seus melhores dias, a metralhadora giratória é acionada sem dó, nem piedade.

Na quinta-feira, em entrevista que repercutiu bastante, Nelsão disse textualmente que o artificialismo das ultrapassagens é “uma merda” e que “qualquer imbecil pilota na F-1 moderna”.

“O que não é legal é esse negócio de ‘vamos fazer uma corrida para o público’. O cara está meio segundo atrás, abre a asa e passa. Acabou. Ultrapassar e nada é a mesma coisa. Anda a 30km/h a mais na reta, passa o cara e já era. Antes era tão bacana, você programava, entrava na reta atrás do cara para ter a velocidade de entrar no vácuo, sair e passar o cara. A técnica toda, isso e aquilo, acabou. Pior ainda é esse negócio dos pneus. Às vezes está bom, às vezes não. Você vê um cara passando o outro, de passagem. Pô, que é isso? Ah, porque o cara parou no boxe. Meio confuso para mim. Eu acho uma m… do jeito que está. Não queria correr em uma F-1 dessas. Gostava mais no meu tempo que tinha essa coisa de ultrapassar.”

“O pior é fazer alguma coisa de tecnologia que facilite a ultrapassagem, a competitividade entre um e outro na pista. Isso está errado. A evolução da tecnologia é boa porque no fim usamos no carro de rua. Isso é bacana. Tudo que é testado na Fórmula 1 vai para a rua, câmbio, dupla embreagem. Não concordo com esse negócio de abrir asa, tirou um pouco… E outra coisa também é a briga de pneu. Isso deveria ter. Não podia ser uma marca só. É bacana e o desenvolvimento ajuda as fábricas a ter compostos melhores. Se você deixar uma empresa só pagando o que tem que pagar e fazendo o pneu que quiser…”

Circulando pelos boxes de Interlagos também durante a corrida, Piquet desfilou seu humor sacana em dois momentos. O primeiro, numa imagem histórica que arrancou um sorriso franco do amigo Niki Lauda, com quem o brasileiro aprendeu muito no período em que os dois trabalharam juntos na Brabham em 78/79, nascendo daí uma relação cordial que perdura até hoje.

Depois, microfone em punho, o tricampeão foi ao pódio para a entrevista com os três primeiros colocados – Nico Rosberg, Lewis Hamilton e Felipe Massa. A verve mulherenga de Piquet aflorou como nos velhos tempos. “Lewis, morro de inveja de você, mas não é por sua pilotagem. É de sua namorada. Onde ela está?”, referindo-se à cantora Nicole Scherzinger, namorada do líder do campeonato. Hamilton, ciumento, não curtiu – dizem. Mas o tricampeão mostrou mais uma vez, como já fizera quando deu uma volta a bordo do Brabham BT49 empunhando uma bandeira do Vasco para sacanear dezenas de torcedores dos times de São Paul0, que um pouco de bom humor não faz mal a absolutamente ninguém.