A Mil por Hora
Automobilismo Nacional

Três anos e… nada

RIO DE JANEIRO – No último dia 28 de outubro, chegamos a três anos sem que o Rio de Janeiro tenha um autódromo. Como sempre, parabéns aos envolvidos. Três anos e… nada. Nada de novo autódromo, nada de novo no front. Nada. É o que resta. Nada. Nada mais falarei a respeito. Por que? Porque […]

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RIO DE JANEIRO – No último dia 28 de outubro, chegamos a três anos sem que o Rio de Janeiro tenha um autódromo. Como sempre, parabéns aos envolvidos.

Três anos e… nada.

Nada de novo autódromo, nada de novo no front. Nada.

É o que resta. Nada.

Nada mais falarei a respeito. Por que? Porque não quero mais lutar sozinho. Quem estava na trincheira, desistiu. Até o amigo André Buriti, a quem conheci justamente na luta pela preservação e permanência do circuito de Jacarepaguá, jogou a toalha. Ele tem mais o que fazer. E eu também.

Raul Seixas dizia o seguinte: “Um sonho que se sonha só é apenas um sonho. Um sonho que se sonha junto é realidade.”

Não dá pra sonhar com a volta de uma pista a esta cidade ou a este estado, porque não dá para acreditar em ninguém.

Ou dá?

O “Movimento Pró-Autódromo” queimou seu filme tirando fotos – postadas nas redes sociais – com o secretário estadual de esportes, o abjeto Marco Antônio Cabral, filho do não menos abjeto ex-governador Sergio Cabral. Afora que não aceita críticas à postura do grupo nas redes sociais. Vão se aliar ao inimigo? Não concordo.

O vereador que se dizia “defensor do automobilismo” fez água durante um tempo no facebook, veio aqui – educadamente, é verdade – rebater as críticas que lhe fiz quando o chamei de oportunista, propôs conversar e sumiu.

Calou-se.

Estou de saco cheio de fanfarronices e falácias. Não tem ninguém que venha dizer “vamos fazer”. É só promessa, historinha, conto do vigário, da carochinha. Chega! Cansei de dar murro em ponta de faca.

Todo mundo deixou isso acontecer. A imprensa tem sua parcela de culpa. A CBA cagou em cima do esporte, de quem depende dele e dos fãs cariocas. Carlos Arthur Nuzman é culpado. Cesar Maia, idem. Eduardo Paes, também. E também os pilotos, salvo exceções honrosas, jamais usaram do poder da palavra para falar alguma coisa a favor de Jacarepaguá. Lamentar não basta. Não houve ação. Nenhuma.

O Rio perdeu a Fórmula 1, a Fórmula Indy e a MotoGP, num espaço de pouco mais de uma década.

É assustador.

Já pensaram que, se Jacarepaguá não tivesse ido abaixo, teríamos corridas não só em duas rodas como também do WEC e do WTCC, afora a visita de todas as categorias nacionais? E os Regionais continuariam existindo, oferecendo oportunidade de surgimento de novos pilotos e também fortalecendo o mercado de preparadores e mecânicos?

Ninguém pensou nisso. Agora é tarde.

País de merda, esse Brasil. O automobilismo teve oito títulos mundiais de F1, outro no World Sportscar Championship, mais um na Fórmula E, afora vitórias e campeonatos conquistados nos EUA, Europa e Japão. Aí, para tristeza de quem gosta de automobilismo, o esporte mais popular é o do 7 x 1.

Gol da Alemanha.

Povo de merda, esse brasileiro, que só gosta de vencedores. E aceita qualquer coisa passivamente. Os Jogos Olímpicos vão quebrar o país e o Rio de Janeiro.

Gol da Alemanha.