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Túnel do Tempo

Direto do túnel do tempo (332)

RIO DE JANEIRO – Foi num GP de Mônaco como o de hoje, há exatamente meio século, que começava a trajetória de uma das mais tradicionais escuderias da Fórmula 1 em todos os tempos. Em número de GPs disputados, só perde para a Ferrari, com 786 no total. É claro que falo da McLaren, que […]

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Criador e criatura: a McLaren nasceu assim em 1966, com a cor branca e Bruce McLaren a bordo, há 50 anos, num GP de Mônaco de Fórmula 1 como o de hoje…

RIO DE JANEIRO – Foi num GP de Mônaco como o de hoje, há exatamente meio século, que começava a trajetória de uma das mais tradicionais escuderias da Fórmula 1 em todos os tempos. Em número de GPs disputados, só perde para a Ferrari, com 786 no total. É claro que falo da McLaren, que veio ao mundo por obra e graça de seu primeiro piloto e fundador: Bruce McLaren.

Com menos de 30 anos de idade, o “Kiwi” deu o maior salto de sua trajetória, para tentar se igualar a Jack Brabham, que desde 1963 guiava para a equipe de sua propriedade. Naquele ano de 1966, a Fórmula 1 vivia a transição de regulamento em que a cilindrada dos motores aumentou radicalmente, passando das unidades de 1,5 litro para propulsores de 3 litros de capacidade cúbica. O resultado foi que em Mônaco nem todos os carros estavam dentro dessa nova regra.

Não era o caso do McLaren M2B, o primeiro bólido do time na categoria máxima. O primeiro F1 da equipe (pintado de branco, é bom lembrar), projeto de Robin Herd, que também participara da concepção do lendário avião Concorde, tinha uma novidade que não deu certo: o monocoque era de Mallite, um material compósito feito de folhas de duralumínio e madeira de balsa. A inovação não revelou-se eficaz porque o Mallite não era flexível o bastante para a concepção de um carro de competição. O chassi teve que ser o mais convencional possível, o que não possibilitava muitos voos. Some-se a isto o uso do motor Ford 406, que tinha os 3 litros exigidos pelo regulamento, mas uma potência de apenas 315 HP – bem menos que os Repco V8 da Brabham derivados de blocos Oldsmobile, que nasceram com pelo menos 40 cavalos a mais.

A McLaren teria Chris Amon e o próprio Bruce na abertura do campeonato, mas só ficou pronto o carro do patrão, que largou da 10ª posição com o tempo de 1’32″8. A corrida da nova equipe e do novo carro durou só nove voltas: um vazamento de óleo tirou McLaren de combate.

Sem saber o que é vencer um Grande Prêmio desde 2012, a equipe oito vezes campeã mundial entre os Construtores convive com uma das maiores ‘secas’ de sua história atualmente. Mas há que se respeitar toda a sua trajetória na história do automobilismo.

Há 50 anos, direto do túnel do tempo.