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Túnel do Tempo

Direto do túnel do tempo (351)

RIO DE JANEIRO – No domingo dia 4 de dezembro, vulgo ontem, Raul Boesel completou 59 anos muito bem vividos. O antigo piloto de Fórmula 1 e Fórmula Indy, hoje DJ que se apresenta mundo afora, conquistou em 1987 uma glória até hoje jamais alcançada por nenhum outro brasileiro. Naquele ano, Raul arrebatou o título do […]

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RIO DE JANEIRO – No domingo dia 4 de dezembro, vulgo ontem, Raul Boesel completou 59 anos muito bem vividos. O antigo piloto de Fórmula 1 e Fórmula Indy, hoje DJ que se apresenta mundo afora, conquistou em 1987 uma glória até hoje jamais alcançada por nenhum outro brasileiro. Naquele ano, Raul arrebatou o título do Campeonato Mundial de Endurance, então conhecido como World Sportscar Championship, com seus poderosos Esporte-Protótipos Grupo C.

Após perder uma vaga quase certa na equipe Newman-Haas de Fórmula Indy, Raul viu na revista britânica Autosport que a Jaguar – ou melhor, Tom Walkinshaw – precisava de pilotos para fazer a temporada do Mundial de Endurance. Entrou em contato, fez o teste e foi contratado. Passaria a receber £ 80 mil, mais as despesas de viagem. Primeiro, assinou em uma folha em branco e depois a situação de Raul com a Jaguar foi legalizada.

Há alguns anos, ele me contou que o carro tinha tanta pressão aerodinâmica e tanta potência que conseguia nos circuitos velozes – como Silverstone, por exemplo – ser tão rápido quanto um Fórmula 1 daquele ano. Raul classificaria tranquilamente o seu Jaguar XJR-8 no grid da corrida britânica em 1987, tamanha era a performance daquele bólido com um poderoso motor V-12 7 litros.

Como teve diversos parceiros ao longo do ano – Eddie Cheever, Jan Lammers e John Nielsen foram alguns deles – Raul chegou à 9ª e penúltima etapa da temporada, os 1000 km de Spa-Francorchamps, marcados para o dia 13 de setembro de 1987, com chance de ser campeão sozinho. A equipe confiava na possibilidade, tanto que Boesel foi inscrito nos três carros. Mas ele só pilotaria no dia da prova o que tivesse mais chances de vencer.

O carro #6, com os britânicos Martin Brundle e Johnny Dumfries – ambos também com passagens pela Fórmula 1 – tinha sofrido um acidente durante os treinos e largara da 6ª posição do grid que contou com 32 carros. Mas com o decorrer da disputa, sob chuva, era o carro da fábrica britânica que estava melhor posicionado. Raul fez sua parte e o Jaguar não só venceu a prova como deu ao brasileiro o até hoje inédito título de Campeão Mundial de Endurance.

Há 29 anos, direto do túnel do tempo.