Cinco anos sem o Gordo
RIO DE JANEIRO – Passou rápido. Até parece que foi outro dia em que recebi uma mensagem do Milton Alves – provavelmente pelo Messenger do Facebook, avisando da infausta notícia. Num 15 de julho como este, o Marcus Zamponi se despedia da gente pra entrar pra história do jornalismo esportivo e ficar na nossa memória, deixando sempre um rastro de saudade.
É foda perder nossas referências e continuarmos órfãos delas. O Gordo tinha um texto primoroso, genial – pra mim, o melhor de todas as revistas que a minha geração consumiu nos anos 1970/1980. Afora estar num autódromo, chegar e não encontrar aquela figura incrível, debochada, sempre com uma – ou dezenas, centenas – história pra contar.
E que não media palavras nem com os amigos mais sinceros.
Tive a sorte de ter o privilégio de conviver em algumas corridas, aqui no Rio e também em Interlagos, com o Zampa. E de morrer de rir com suas tiradas, que às vezes me acertavam.
“Ô seu turco filho da puta! Ô turco viado!” Eram os epítetos “carinhosos” com que ele me tratava, fazendo ecoar seu vozeirão característico que saía daquele corpanzil do mais sacana dos sujeitos que já conheci na vida.
E não sobrava só pra mim. Pro Amir Nasr também. Não era fácil ouvir aquilo, mas eu me divertia.
O Ricardo Di Loreto uma vez me contou: “Vamos chamar o Mattar de turco pra ver qual é a reação dele”. Com um sobrenome libanês feito o meu, dava pra entender a sacanagem e a ironia.
Na época, o Luca Bassani disse com toda propriedade que no dia seguinte o automobilismo brasileiro acordaria um pouco mais burro. Sábias palavras.
Infelizmente, essa é uma pista que não tem retorno. Mas a falta que o Zampa faz nos autódromos…
Aliás, sei que o Zampa, esteja onde estiver, deve estar xingando de monte por receber essa homenagem.
E quer saber? Foda-se, Gordo. Ninguém mandou você ir embora de repente e deixar todos os teus amigos aqui na terra fodidos de montão, sentindo sua falta até hoje.
Belas palavras, Rodrigo!
O Zampa de fato era diferenciado.
Apenas um reparo, se você me permitir, quando se despediu da gente, assim sem mais nem menos, o Gordo já estava bem mais magro. . .
Abraço.
Zé Maria
o gordo era uma das maiores figuras que conheci dentro e fora das pistas saudades eternas
Não o conheci pessoalmente.
Mas seus textos (Auto Esporte e Racing) sempre muito bons.
Histórias muito interessantes.
R. I. P. grande Zampa !!!