Naquela corrida, Ayrton Senna largou na pole, mas a Ferrari apresentou armas com Gerhard Berger assumindo a ponta antes do término da primeira volta e Mansell, terceiro por sete voltas, ganhou a posição do piloto da McLaren, mais preocupado em manter Alain Prost atrás de si do que com a dupla dos carros vermelhos, que passou a dominar as ações.
Mansell superou Berger após 23 voltas e chegou à liderança. O britânico foi então aos boxes para a troca de pneus, momento em que a liderança foi ocupada por Pier Luigi Martini e sua Minardi. Foi aí que Nigel fez a patacoada de dar marcha a ré nos boxes, porque perdera o ponto de entrada na garagem da equipe italiana. A troca foi feita e o piloto voltou em quarto, atrás de Berger, Senna e Martini, logo ultrapassando o italiano.
A direção de prova fez sua parte e exibiu a bandeira preta ao piloto do carro #27. Mansell estava desclassificado, excluído da corrida. E ainda assim insistiu em perseguir Senna e tentar retomar pelo menos a segunda colocação, já que Berger era o líder destacado do GP de Portugal.
Com Mansell fora, apesar dos insistentes acenos da bandeira preta (o piloto se defenderia dizendo que não vira a sinalização de desclassificação porque “o sol o atrapalhava”), os críticos de Senna encontraram munição suficiente para falar que o brasileiro não tirou o pé para permitir que o britânico da Ferrari o ultrapassasse.
Afinal, Nigel estava fora e Senna, se terminasse atrás dele, seria 2º colocado do mesmo jeito e conseguiria descontar dois pontos para Alain Prost, que naquele momento era quarto na pista e terceiro com a eliminação de Mansell.
Mas aí Senna e o piloto da Ferrari desceram a reta dos boxes para a 49ª volta. Mansell tentou a ultrapassagem por dentro e o resultado todos conhecem. A batida tirou Ayrton da disputa e entregou o 2º lugar no colo de Prost.
Há 29 anos, direto do túnel do tempo.