A Mil por Hora
Fórmula 1

Schumacher, 50

RIO DE JANEIRO – Começo este post alusivo aos 50 anos de Michael Schumacher, que se completam neste dia 3 de janeiro, com uma indagação. Vocês, leitores, realmente o têm como o maior piloto que passou por qualquer categoria, em qualquer pista, em qualquer tempo? Numa Fórmula 1 com diferentes regulamentos e particularidades ao longo […]

RIO DE JANEIRO – Começo este post alusivo aos 50 anos de Michael Schumacher, que se completam neste dia 3 de janeiro, com uma indagação.

Vocês, leitores, realmente o têm como o maior piloto que passou por qualquer categoria, em qualquer pista, em qualquer tempo?

Numa Fórmula 1 com diferentes regulamentos e particularidades ao longo de mais de seis décadas, fica a dúvida no ar. Fangio foi brilhante em seu tempo e não nos esqueçamos que houve ainda Ascari e Moss. Clark era um gigante da década de 1960, que nos mostrou ainda Hill, Brabham, Stewart e outra dezena de grandes pilotos.

Nos anos 1970, Jackie ainda brilhava. E havia Emerson, houve Lauda, Andretti e um punhado de craques. Os anos 1980 não têm muita discussão. Foram de três gênios: Piquet, Senna e Prost. A morte prematura de Ayrton nos deixou perguntas sem resposta. E veio Schumacher, que reinou quase sozinho, com honrosas exceções, até virem Alonso, Hamilton, Kimi, Vettel e cia. limitada.

A categoria máxima é de ciclos e no ciclo em que o alemão brilhou, praticamente de fato não tinha pra ninguém. O homem foi uma máquina de recordes e títulos mundiais. Se Hamilton, que alcançou cinco, poderá superá-lo, é outra história. Muitos duvidavam que o penta de Fangio fosse primeiro igualado e posteriormente superado.

E Schumacher foi o primeiro a fazer isso, com brilhantismo, genialidade, muita dose de polêmica e controvérsia.

Mas, pensando bem, qual o campeão que nunca se envolveu em polêmicas?

Uma pena que os tempos de glórias sejam hoje eclipsados pelo que aconteceu em 29 de dezembro de 2013, criando reflexos até hoje. É que há pouco mais de cinco anos, já aposentado do automobilismo, o alemão sofreu um acidente de esqui na França, quando praticava a modalidade com a família.

Esse acidente trouxe sérias consequências para o que hoje – não – sabemos sobre Michael. O pouco que vazou na imprensa foi que ele ficou em coma induzido, que houve lesões e que, após o tratamento em hospital, ele foi levado à residência dos Schumacher na Suíça, perto do Lago Léman.

E que foi montada não só uma unidade intensiva de tratamento, a custo altíssimo para o patrimônio do heptacampeão, como também uma barreira quase intransponível pela própria mulher Corinna, onde pouco ou nada se sabe além do necessário.

Poucos dias antes do aniversário de 50 anos de Schumacher, um comunicado divulgado à imprensa afirma que a família faz tudo “humanamente possível” para ajudá-lo.

“Você pode ter certeza que ele está nas melhores mãos e estão fazendo tudo humanamente possível para ajudá-lo. Por favor, entenda se estamos seguindo os desejos de Michael e mantendo um assunto tão sensível como sua saúde em privacidade. Ao mesmo tempo, queremos agradecer por sua amizade e desejar saúde e um feliz 2019”, diz o texto da nota.

Se é um desejo de Michael que esse assunto não se estenda às raias do sensacionalismo barato, é melhor que respeitemos. Nada pior do que os tabloides que em busca de cliques na internet e repercussão em redes sociais, publicam notícias falsas e mentiras.

O que se tem notícia é que poucas pessoas tiveram acesso ao antigo piloto e uma delas foi seu chefe na Ferrari e hoje presidente da FIA, Jean Todt. Nem seu outrora empresário Willi Webber chegou a visitá-lo ou pensou no assunto. A família, leia-se Corinna, não quer saber de aproveitadores.

A porta-voz Sabine Kehm, que muitos conhecem da época da Fórmula 1, é uma fiel escudeira. A filha Ginna Maria não aparece nos holofotes e mesmo o filho Mick Schumacher, que recém conquistou o título da Fórmula 3 europeia e passa à Fórmula 2 em 2019, é inquirido sobre o assunto. Possivelmente se alguém perguntar sobre o pai, ele não deve responder e está em seu direito.

Portanto, respeitemos a privacidade dos Schumacher. Precisamos aprender com esse episódio, e com muitos outros, as lições que a vida nos dá.

E agradecer a Michael por ter existido e ainda existir, mesmo longe dos nossos radares. Incrível como a Alemanha era um zero à esquerda, praticamente, no mapa-mundi da Fórmula 1. E ele mudou tudo naquele país.

Coisa de gênio, mesmo.