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Fórmula Indy

Vídeos históricos: o tetracampeonato de Al Unser na Indy 500 (1987)

RIO DE JANEIRO – Em 1987, as 500 Milhas de Indianápolis tinham tudo para ser de Mario Andretti. O ítalo-americano dominou vários dos treinos livres, fez a pole position e liderou mais de 170 das 200 voltas da disputa. Mas o sonho do piloto da Newman-Haas foi para o espaço: uma falha elétrica provocou uma […]

RIO DE JANEIRO – Em 1987, as 500 Milhas de Indianápolis tinham tudo para ser de Mario Andretti. O ítalo-americano dominou vários dos treinos livres, fez a pole position e liderou mais de 170 das 200 voltas da disputa. Mas o sonho do piloto da Newman-Haas foi para o espaço: uma falha elétrica provocou uma pane no sistema de injeção de combustível, passando a vazar metanol direto para o bloco.

Uma mola de válvula se quebrou e a equipe, após trocar a caixa elétrica e a válvula wastegate do turbo, devolveu o veterano piloto à pista. Tarde demais, porém, para repetir o triunfo de 1969. A maldição dos Andretti seguiu – e segue – desde então.

Roberto Guerrero poderia ser o favorito natural à vitória com os problemas técnicos no carro de Andretti. Mas o colombiano da equipe de Vince Granatelli também passou por percalços. Acabou envolvido num acidente com vítimas fatais – quando atropelou um pneu que se desprendeu do carro de Tony Bettenhausen, lançando a roda para a arquibancada e atingindo um espectador: Lyle Kurtenbach, 41 anos, sofreu graves lesões na cabeça e morreu no Hospital Metodista de Indianápolis.

No choque, o cilindro-mestre do sistema de embreagem de seu March 87C – que ficava no nariz do carro – foi danificado. O que foi fatal: sem frição, Guerrero não pôde partir no seu último pit stop. Tentou pegar no tranco, mas a terceira marcha já havia ido para o vinagre. Nisso, quem emergiu para a ponta foi Al Unser Sênior.

Al Unser nem correria naquele ano de 1987. O carro #25 do Team Penske fora inscrito para Danny Ongais. Mas o havaiano bateu num dos muitos (foram 25 no total) acidentes ao longo dos treinos e do evento naquele ano. Diagnosticado com concussão, o titular não pôde correr.

E o que fez a Penske? Com o monoposto titular destruído, mandou retirar de um hotel em Reading, na Pensilvânia, um chassi March de 1985 que servia como carro de exposição. Unser classificou-se com esse March para a prova com o 20º tempo entre os 33 inscritos, fez uma corrida de muita regularidade e, com grande dose de sorte, entrou para a história de Indianápolis.

Era a quarta vitória de Al Sênior, que já tinha 47 anos na época da corrida. Ele fora bicampeão consecutivo em 1970/71, alinhando um Johnny Lightning Colt de motor Offenhauser e levaria o terceiro troféu Borg-Warner em 1978, com um Lola Cosworth da Chaparral Racing, de Jim Hall. A conquista pela Penske, time que defendeu esparsamente de 1983 a 1989, foi sem dúvida a mais surpreendente de todas em sua longa carreira de piloto.

Com isso, ele igualaria A.J. Foyt, que até então detinha o recorde absoluto de triunfos.

Os dois seriam alcançados por Rick Mears. O “Rei dos Ovais” venceu quatro vezes também no mítico circuito. E quem persegue a glória também é Hélio Castroneves: único a triunfar três vezes entre os ativos na Fórmula Indy, o “Homem-Aranha” quer ser igualmente o primeiro piloto não-americano a vencer em quatro oportunidades a maior corrida oval dos EUA.