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Túnel do Tempo

Direto do túnel do tempo (467)

RIO DE JANEIRO (Corre que ainda dá tempo!) – Hoje, quinta-feira, participei do primeiro Paddockast do GRANDE PRÊMIO em 2020. Eu e o cinéfilo PH Marum dividimos a atração com o Felipe Noronha, o que não gosta de “The Joker”. Bem… eu gosto. O assunto foi Oscar: domingo tem a cerimônia que indica os vencedores […]

RIO DE JANEIRO (Corre que ainda dá tempo!) – Hoje, quinta-feira, participei do primeiro Paddockast do GRANDE PRÊMIO em 2020. Eu e o cinéfilo PH Marum dividimos a atração com o Felipe Noronha, o que não gosta de “The Joker”. Bem… eu gosto.

O assunto foi Oscar: domingo tem a cerimônia que indica os vencedores dos prêmios da Academia e Ford vs Ferrari foi indicado a quatro categorias, incluindo melhor filme. Não deverá vencer nesta. As chances melhores são nas categorias técnicas, de edição de som e mixagem.

E a data de 6 de fevereiro, no distante ano de 1966, marcou uma feliz coincidência: naquela data, Ken Miles (na foto, de casaco marrom) e Lloyd Ruby conquistavam na Flórida a primeira edição das 24h de Daytona.

Incrível, não? Justo Miles, o cara que desenvolveu o carro desde o seu começo, o “underdog” que não era benquisto por gente da Ford Motor Company, mas que tinha um conhecimento absurdo de engenharia e mecânica, quase se tornou o primeiro tríplice coroado do Endurance mundial.

Por um capricho de Henry Ford II, isto não aconteceu. Mas isso já é outra história.

As 24h de Daytona foram a primeira de um total de 13 provas do World Sportscar Championship daquele ano. Miles fez a pole position com o tempo de 1’57″8 e a dupla venceu a corrida com oito voltas de vantagem sobre outro Ford GT guiado por Jerry Grant/Dan Gurney.

Por falar em ‘licenças poéticas’ de Ford vs Ferrari, está aí mais uma. A vitória de Miles/Ruby foi muito mais fácil do que se poderia supor. E nem foi sobre Gurney/Grant no filme. Foi sobre o carro da Holman & Moody guiado por Mark Donohue/Walt Hansgen.

Ah, sim… eis uma verdade: a vitória obrigou a Ford, a contragosto, levar Miles para as 24h de Le Mans. Em 1965, ele já desenvolvia o carro – tanto que venceu também em Daytona uma prova com percurso de 2000 km – mas não foi à França.

Há 54 anos, direto do túnel do tempo.