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Fórmula 1

Alguém tinha dúvidas?

RIO DE JANEIRO – Podem esquecer GP do Brasil de Fórmula 1 em 2020. Por mais que o prefeito Bruno Covas e o governador João Doria tenham afirmado com alguma veemência que há um contrato em vigor e que em decorrência disso o evento aconteceria normalmente no Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos, é impossível […]

No clique de Beto Issa, Max Verstappen ergue o troféu da vitória no GP do Brasil de 2019; fiquem com a imagem na retina, porque não haverá corrida no país este ano: o Brasil sai do calendário da F1 após 48 anos seguidos

RIO DE JANEIRO – Podem esquecer GP do Brasil de Fórmula 1 em 2020.

Por mais que o prefeito Bruno Covas e o governador João Doria tenham afirmado com alguma veemência que há um contrato em vigor e que em decorrência disso o evento aconteceria normalmente no Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos, é impossível tal confirmação – até porque são inúmeros os fatores que contribuem para o cancelamento do evento, significando a ausência do país no calendário da categoria máxima pela primeira vez em 48 anos.

Estamos em fins de julho. Vocês viram algo sobre licitações e contratações? Sem contar a posição de pária mundial – em todas as esferas – que o Brasil ocupa por conta da Pandemia do Covid-19? Acham mesmo que Chase Carey e o Liberty Media trarão a Fórmula 1 para o Brasil ou para qualquer país das Américas?

Muito difícil. Impossível.

Segundo o querido amigo e jornalista Américo Teixeira Júnior em seu Diário Motorsport, a decisão já está tomada – há um mês, registre-se – e o anúncio do cancelamento é iminente. FIA e Liberty Media invocarão “motivos de força maior” para não vir aqui e tampouco a México, EUA e Canadá.

Aliás, nisso FIM e Dorna foram eficientes: já limaram o GP dos EUA e têm até o próximo dia 31 para confirmar o cancelamento ou não das provas pendentes do calendário da MotoGP – Argentina, Malásia e Tailândia.

Voltando à corrida brasileira, o impedimento cai de colher para Carey e seus Blue Caps: a corrida de Interlagos é realizada sem o pagamento de taxas e o Liberty Media não tem participação em receita de bilheteria, comercialização de hospitality centers e publicidade local. Era uma “herança maldita” dos tempos da FOM de Bernie Ecclestone.

Os termos do acordo terão de ser revistos e nada impede que o governo paulista e paullistano se reúna com os donos do espetáculo para manter a F1 no Brasil e em Interlagos. Uma alternativa muito mais crível que as bravatas que envolvem a suposta pista do Rio de Janeiro, cujo projeto nunca sai do papel.

O que cresce na Europa é o rumor de que a temporada 2020 terá pelo menos 16 corridas. Além das três já disputadas e as sete confirmadas, com rodada dupla em Silverstone em agosto como próximos eventos do Mundial, a posteriori a F1 deve fazer regressar três provas ao certame.

Em Imola, haveria o GP de San Marino, num terceiro evento em território italiano; Portugal aguarda para ter sua corrida de volta após 24 anos fora e a Alemanha entrou no mapa, não com Hockenheim mas sim com Nürburgring, cuja pista não sedia provas da categoria há sete anos.

Quanto às demais, é difícil que a China seja reinserida no calendário. O Vietnã ainda pretende realizar sua corrida este ano, mas tudo depende da própria FIA e do Liberty Media. O Bahrein  pode ainda ter sua rodada dupla – a segunda prova seria em 80 voltas num traçado velocíssimo, o anel externo do circuito de Sakhir – e Abu Dhabi, com a monótona Yas Marina, completaria o portfólio de eventos.