A Mil por Hora
24h de Le Mans

Volta, Porsche!

RIO DE JANEIRO – Uma boa notícia atrás da outra: primeiro foi a Audi confirmando um empenho de projeto LMDh para 2023 na série IMSA e nas 24h de Le Mans. Ontem, de surpresa, foi a vez da Porsche. A montadora alemã não fez nenhum alarde e, sem avisar nada e ninguém, soltou o primeiro […]

RIO DE JANEIRO – Uma boa notícia atrás da outra: primeiro foi a Audi confirmando um empenho de projeto LMDh para 2023 na série IMSA e nas 24h de Le Mans.

Ontem, de surpresa, foi a vez da Porsche.

A montadora alemã não fez nenhum alarde e, sem avisar nada e ninguém, soltou o primeiro release – ainda no idioma do país da marca – e depois um segundo, em inglês, confirmando uma das bombas da semana no automobilismo internacional.

Gérard Neveu, que deixa o posto de CEO do WEC ao fim deste ano, tinha toda razão. “Montadoras vêm e vão”. E curioso notar que, num momento em que tudo apontava para emissão zero e eletrificação, tanto a marca dos quatro anéis quanto a turma do cavalinho empinado de Stuttgart voltam à gênese de ambas no motorsport e retornam com tudo ao Endurance.

O que comprova a tese de que a proposta de regulamento LMDh é uma saída viável em termos de custo, sem comprometer performance.

Afinal de contas, serão carros protótipos de alto desempenho, com pot^ência gravitando em mais de 600 HP e que terão o atrativo de correr em circuitos lendários – Sebring, Daytona e principalmente Le Mans.

Aliás, essa edição de 2023 das 24h – a dos 100 anos de criação desse clássico do automobilismo – já está no meu radar. Vejam só o calibre das montadoras que estarão por lá com carros na classe Hypercar/LMDh: Toyota, Peugeot, Audi e Porsche (estas duas, combinadas, somam 32 vitórias em La Sarthe e a Porsche é a recordista de triunfos, com 19).

E nem falei da Renault (via Alpine), porque se haverá a subida da Alpine para a LMH em 2021 – mesmo que com um LMP1 não-híbrido, é que deve existir o interesse da marca do losango, dona da grife de Dieppe, em retornar ao Endurance.

O custo de produção/manutenção do Porsche LMDh será infinitamente menor que o complexo programa do 919 Hybrid e quanto a isso não resta nenhuma dúvida. Pelo seguinte: os alemães terão, no máximo, que se preocupar com o desenvolvimento mecânico e outros componentes.

O chassi é de livre escolha entre os quatro construtores de LMP2 hoje homologados pela FIA – Dallara, Riley, Oreca e Ligier – no qual será ‘vestida’ uma roupagem Porsche. Transmissão e sistema híbrido serão os mesmos para todo mundo.

Com um budget estimado em € 1 milhão (R$ 6,2 milhões atualmente) para a construção de cada carro – sem o custo do desenvolvimento do propulsor – a proposta LMDh é atrativa e só pelo movimento de dois gigantes do Endurance, dá para se ter uma ideia do jogo pesado que vem por aí a partir de 2023.

E houve quem dissesse que o Endurance estava com os dias contados.

Sei…