FIA ratifica calendário do WEC com Sebring e Silverstone… e sem Brasil

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RIO DE JANEIRO – A FIA publicou hoje as decisões do Conselho Mundial da entidade, que se reuniu hoje em Paris, na França. E uma delas foi a ratificação do calendário da chamada “Super Season” do FIA World Endurance Championship (WEC), que terá uma temporada bienal com largada em maio do próximo ano em Spa-Francorchamps.

A principal novidade é a definição do formato da corrida de Sebring, que será em março de 2019: o evento que marca o retorno do tradicional circuito da Flórida ao campeonato após a prova inaugural ter sido realizada justamente ali em 2012, num evento conjunto com o extinto ALMS, será disputado em 1500 milhas de percurso, aproximadamente 2,4 mil km. A largada dessa corrida acontecerá duas horas após o encerramento das 12 Horas de Sebring, estas sim válidas pelo IMSA Weather Tech SportsCar Championship.

Muito se comentou – especialmente no blog – que o Brasil tinha chances (e elas existiam, de fato) de sediar uma corrida do WEC novamente. É um plano que não está totalmente abandonado. A “Super Season” de 2018/19 contempla oito etapas com repetição de provas em Spa-Francorchamps e Le Mans – e o CEO do Mundial de Endurance, Gérard Neveu, garante que será levada à risca a ideia de ter no certame de 2019/20 um total de sete etapas, sendo três na Europa, duas na Ásia e duas no continente americano. E o dirigente disse no México que a volta do Brasil era possível, tanto que os mexicanos já estão descartados para o futuro.

Mas não para este campeonato, infelizmente. Os organizadores já haviam anunciado em Austin, pouco depois dos primeiros treinos, que Silverstone – antes carta fora do baralho – voltava ao calendário em agosto, atendendo – dizem – a pedidos das equipes europeias. O único senão é o enorme intervalo entre os eventos de Xangai e Sebring. Interlagos e o Brasil preencheriam a lacuna já que havia uma data em aberto para fevereiro, que pode caber perfeitamente na temporada seguinte. Só nos resta esperar.

Nesta mesma reunião, a FIA confirmou que os protótipos LMP1 – caso haja realmente algum carro na categoria principal e espera-se que exista inscritos – estarão competindo juntos sem separação entre híbridos e não-híbridos. Haverá um ajuste no fluxo de combustível e no consumo dos não-híbridos em relação aos modelos que optarem pela tecnologia de motores elétricos, bem como haverá o chamado EoT (Equivalence of Technology) entre os não-híbridos aspirados e turboalimentado, com a proibição de desenvolvimentos aerodinâmicos pertinentes a interruptores de fluidos e energia entrando em vigor oficialmente a partir de 2019.

O calendário definitivo para a temporada 2018/19 do WEC é este:

2018

6 e 7 de abril – Prólogo (Paul Ricard, França)
5 de maio – 6 Horas de Spa-Francorchamps
16 e 17 de junho – 24 Horas de Le Mans
19 de agosto – 6 Horas de Silverstone
21 de outubro – 6 Horas de Fuji
18 de novembro – 6 Horas de Xangai

2019

17 de março – 1500 Milhas de Sebring
4 de maio – 6 Horas de Spa-Francorchamps
15 e 16 de junho – 24 Horas de Le Mans

Comentários

  • Depois, a temporada 2020/2021 começaria com o Prólogo e as 6hrs de Spa? Pra mim, é estranho pensar que um campeonato tem duas corridas “repetidas”.

  • Eu acho essa história toda de Sebring um baita desrespeito com a IMSA.

    Parece uma tentativa da FIA/ACO de fazer a categoria americana, que está numa crescente frente ao WEC, parecer categoria de apoio.

    Eu entendo a complexidade de se fazer em outra data, já que é muito mais prático aproveitar toda a estrutura. Mas ter 2 categorias quase iguais, fazendo 2 corridas quase iguais, no mesmo fim de semana, é um tanto ridículo.

    Ou dá o braço a torcer e discute um regulamento mais equivalente e faz uma corrida só. Ou corra em outro lugar.

    • Concordo contigo, Fábio!!! Duas corridas em Sebring com categorias quase iguais vai ser esquisito… Vamos imaginar, por exemplo, a Rebellion, que este ano correu em Sebring mas é do WEC, vai correr as duas corridas?? O equipamento e os pilotos dela aguentam??
      O negócio é torcer pra ACO aceitar de vez os DPi em sua seara que futuramente tanto a prova de Sebring, como as 24 Horas de Daytona (e quiçá a Petit Le Mans) como provas do campeonato bianual do WEC e também válidas pro campeonato da IMSA. Se pensarem e fizerem direitinho a regulamentação dos DPi no WEC sem jogar os custos nas alturas, todo mundo vai ganhar: o WEC ganhará mais espaço nas terras do Tio Sam, um mercado automobilístico que nunca pode ser menosprezado, com as equipes da IMSA correndo em parte ou em toda a temporada (dependendo da disposição financeira de cada uma), podendo ainda trazer outros fabricantes pro WEC e até quem já se mandou de repente muda de idéia… Para a IMSA, além de ver reconhecida a assertividade do regulamento de seu campeonato, replicado a nível mundial, ganhará e muito com a interação e participação mesmo que parcial das equipes da WEC em seu campeonato, gerando maior atenção e exposição midiática e mais $$$$.

      • Luciano, a Rebellion, que você citou, tem mais de dois carros. Já parou pra pensar que a equipe pode ter estrutura pra fazer as duas corridas?

        E não pense que o ACO vai mesmo abrir os braços para os EUA e vice-versa. Não vai adiantar torcer pra ter três corridas nos EUA, porque não é o que a FIA quer. E nem a IMSA. Esqueça.

  • Sensacional adorei o novo calendário mas como Ford,Porsche e compania na gtlm e lmgte-pro vão fazer são 2 categorias diferentes como vão fazer nas 12 h sebring competem em uma prova depois outra em 2 categorias diferentes com uma maratona e sem contar que pilotos que disputarem 1 das provas levará um desgaste enorme.

    • Gustavo, tanto a Ford (Ganassi) quanto a Porsche, tem equipes e pilotos diferentes para ambos os campeonatos.

      A única equipe que me vem à cabeça, que só tem uma operação é a Corvette. Mas que só participa das 24h de Le Mans, e não do WEC.

    • Gustavo, a Porsche e a Ford têm pilotos diferentes tanto no WEC quanto na IMSA. Certamente terão pilotos específicos para as duas disputas. Até porque não sei se uma corrida com 1.500 milhas terá dois pilotos apenas por carro, mesmo na LMGTE-PRO.

  • As equipes e os carros aguentam correr as 24h de Le Mans. Por que não aguentariam duas provas de 12 horas? Ainda ganham umas 2 horas entre as provas para dar uma regulada no carro antes da segunda corrida. Acho uma iniciativa boa da ACO e da IMSA.