A volta, cada vez mais próxima?

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Seis anos após o cancelamento do seu programa de Endurance, a Peugeot adota um discurso pragmático antes de um possível retorno às provas longas, condicionando a redução dos custos para o regresso da marca francesa

RIO DE JANEIRO (Tomara que voltem!) – Deu no Dailysportscar.com: a Peugeot considera, cada vez mais, a hipótese de voltar às competições de Endurance com um protótipo desenvolvido dentro do regulamento LMP1.

O português Carlos Tavares, presidente do Conselho de Administração do grupo PSA – dono de Peugeot e Citroën, e que inclusive trabalha para adquirir as divisões Opel e Vauxhall junto à General Motors – deixa no ar a possibilidade de um retorno num futuro muito próximo.

Mas há uma condição: a redução expressa dos custos de desenvolvimento e manutenção dos carros da classe principal, algo que vem sendo proibitivo o bastante para espantar potenciais equipes não-oficiais – em que pese os esforços da Manor (via Ginetta) e da SMP Racing, que têm planos de alinhar LMP1 privados em 2018 e concorrer com a ByKolles. E não custa lembrar que a questão financeira espantou a Rebellion da turma de cima e tirou a Strakka do mapa de equipes do WEC.

“Durante trinta e cinco anos, tenho sido um apaixonado pelo automobilismo, mas minha paixão pelo meu negócio é mais forte. Não podemos gastar esse tipo de dinheiro sem ter um bom retorno sobre ele, na mídia. E eu sei muito bem como calcular esse número”, afiançou Tavares.

“Tenho a alegria e o privilégio de passar vários dias em nossas fábricas. Quando vejo nossos funcionários lutando para gerar novas ideias, a fim de desencadear poupança – às vezes pequenas somas que se somam em algo tangível – então eu acho que, do ponto de vista ético, há montantes que não podem mais ser gastos”, concluiu.

A questão dos altos custos tem sido alvo de constante precoupação nos lados do Automobile Club de l’Ouest (ACO), que organiza o Mundial de Endurance em conjunto com a FIA. Sir Lindsay Owen Jones, presidente do Comitê de Endurance da entidade máxima do desporto automobilístico, tem dado declarações recentes apontando para uma certa urgência no item redução de custos, evitando assim a extinção da classe LMP1 do WEC – algo que inclusive chegou a ser comentado pelo piloto brasileiro Lucas Di Grassi em entrevista ao Grande Premium.

Embora concorde que a LMGTE-PRO seja uma opção excelente para determinadas marcas – Ferrari, Ford e BMW, sem contar a Aston Martin, não cogitam o envolvimento com programas de protótipos no futuro – eu tendo a compartilhar da mesma opinião que outro brasileiro, Pipo Derani. Acredito na permanência da LMP1 como a estrela da companhia, desde que a FIA não colabore para matar a galinha dos ovos de ouro do WEC e das 24h de Le Mans. Contar com apenas cinco carros no Mundial de 2017 e apenas seis em Le Mans é, espero, um turning point para algo maior e melhor no futuro.

Comentários

  • Amém! O que vai salvar este ano é a toyota com 3 carros em SPA e Le Mans. Ou vai ou racha! Tomara que consigam fazer frente a porsche pois do contrário o campeonato vai perder muito a graça. A IMSA que pelo visto acertou em cheio.

  • Já disse aqui antes: a solução para a LMP1 é a adoção do regulamento DPi da IMSA com um incremento de potência, algo em torno de 200cv, para ficar acima da LMP2.

    • Fecho contigo, Diogo!!! Seria uma solução rápida e de custo nada exorbitante a WEC a adoção do Regulamento DPi da IMSA para a LMP-1, com um incremento pra diferencia-la da LMP-2. E ia ficar interessante e bem diversificada e atrativa. Agora, se os franceses da Peugeot estão olhando os custos da empreitada, vão pra IMSA!!! Com 30 ou 40% do custo de um programa da LMP-1 da WEC hoje, eles armam uma equipe competitiva e vencedora na América e podem abrir espaço no mercado automotivo do Tio Sam. Como dizem lá: vença no domingo e venda na segunda!!!

  • Estranho a Peugeot pensando em entrar na LMP1, uma vez que a categoria periga sumir pelos altos custos.
    Ainda sou da opinião que esta coisa de motores híbridos deveria existir para uma categoria unica, tipo uma outra FE e deixar os motores a explosões e barulhentos no top das categorias como o mundial de endurance e claro a F1.

  • O envolvimento da Nissan com o fornecimento de motor para a ByKolles tb nao pode ser um bom sinal? de talvez uma equipe semi oficial?
    mesmo que nao trabalhando com a parte hibrida apenas com um motor normal