A Mil por Hora
Fórmula 1

Cara nova na Williams

RIO DE JANEIRO – O que o jornalista Américo Teixeira Júnior já antecipara há algum tempo se confirmou nesta quarta-feira. Três dias após o término da temporada 2012, a Williams anunciou mudanças na sua equipe para o campeonato da Fórmula 1 no ano que vem. E sobrou para Bruno Senna, que não fica mesmo na equipe […]

RIO DE JANEIRO – O que o jornalista Américo Teixeira Júnior já antecipara há algum tempo se confirmou nesta quarta-feira. Três dias após o término da temporada 2012, a Williams anunciou mudanças na sua equipe para o campeonato da Fórmula 1 no ano que vem. E sobrou para Bruno Senna, que não fica mesmo na equipe de Grove. O finlandês Valtteri Bottas, campeão da GP3 em 2011, recebe a chance de ouro de sua carreira e, aos 23 anos, se torna o segundo estreante do próximo campeonato – o primeiro confirmado é o mexicano Esteban Gutiérrez, que assinou com a Sauber.

A Finlândia é um daqueles fenômenos meio inexplicáveis do automobilismo. Com a confirmação de Bottas, são apenas nove pilotos na história da categoria – sendo que Leo Kinnunen só fez uma corrida e Mikko Kozarowitzky, nenhuma. Os outros seis proporcionaram quatro títulos mundiais (um de Keke Rosberg, que é nascido na Suécia, dois de Mika Häkkinen e um de Kimi Räikkönen) e um total de 45 vitórias. Proporcionalmente ao número baixo de pilotos que possui, a Finlândia é um dos países mais bem representados na Fórmula 1.

Fechando este parêntese, fica claro que a preferência por Bottas foi influenciada pela presença de seu empresário, o austríaco Christian “Toto” Wolff, que agora é um dos homens fortes da equipe Williams. Ele manobrou para pôr Bottas nos treinos livres de sexta-feira, quando os novatos na categoria podem andar, já que os testes ao longo do campeonato foram para o vinagre. Com um pouco mais de quilometragem no currículo, a equipe agora resolveu apostar nele – embora tivesse havido resistência à mudança. Alguns integrantes do time eram refratários quanto a uma saída de Bruno Senna.

Só que a temporada deste ano deixou claro algumas coisas: o venezuelano Pastor Maldonado, embora cometa burrices a três por quatro, “jantou” o brasileiro no confronto direto dentro da pista – em ritmo de qualificação. Os resultados da temporada não traduzem isso, exatamente em vista da inconstância demonstrada por Pastor, que só pontuou cinco vezes em vinte corridas. Senna, embora mais regular, tendo pontuado em metade das provas, se classificava quase sempre no meio do pelotão e só em duas oportunidades foi ao Q3. Para quem precisava mostrar serviço e permanecer na equipe em 2013, 31 pontos e o 16º lugar no campeonato foi pouco.

É claro que a Williams não vai voltar aos dias de glória com Maldonado e muito menos com Valtteri Bottas. Mas a Fórmula 1, hoje, para um time médio, é feita de resultados. Não adianta ter carisma, como é o caso de Kamui Kobayashi. Não adianta ter um sobrenome de peso, como Bruno Senna tem. É preciso primeiro ter fome para derrotar o companheiro de equipe dentro da pista. O resto é consequência de todo um trabalho. E quem garante que o mesmo que aconteceu ao brasileiro não pode ocorrer ao finlandês também?

Fora da Williams para 2013, Bruno Senna tem duas alternativas no horizonte: a Force India, com um carro bem melhor que o do time que defendeu neste ano e a Caterham, onde a vaga de companheiro do francês Charles Pic será disputada a tapa. O brasileiro tem uma experiência de dois anos e meio na categoria que não pode ser tão desprezada assim. Só que a segunda dispensa consecutiva de uma equipe coloca algumas incertezas sobre o seu futuro dentro da própria Fórmula 1.

Leitores, agora é com vocês. O que acharam da novidade? Opinem.