A Mil por Hora
Fórmula 1

Vendetta?

RIO DE JANEIRO – Cada vez menos escrevo sobre a Fórmula 1 dos dias atuais. O blog tem se limitado às resenhas de treinos e corridas. Até porque, na minha opinião, tem gente mais abalizada para dar opinião a respeito sobre a categoria e o viés do A Mil Por Hora tem sido abrir o leque […]

Vettel1

RIO DE JANEIRO – Cada vez menos escrevo sobre a Fórmula 1 dos dias atuais. O blog tem se limitado às resenhas de treinos e corridas. Até porque, na minha opinião, tem gente mais abalizada para dar opinião a respeito sobre a categoria e o viés do A Mil Por Hora tem sido abrir o leque para outras categorias tidas como ‘pouco importantes’, mas que têm ganho relevância face as mudanças que temos visto ultimamente.

Mas um assunto que deu o que falar, como a história do “jogo de equipe” da Red Bull no GP da Malásia, não pode ser esquecido, ainda mais porque, antes da corrida deste fim de semana na China, Sebastian Vettel soltou o verbo e praticamente decretou o fim do ciclo de Mark Webber como seu companheiro de equipe. Abro aspas para o piloto tricampeão do mundo (declarações retiradas do site Grande Prêmio).

“Tendo entendido a mensagem e tendo pensado sobre isso, refletido sobre isso, pensei no que o time queria que eu fizesse, deixasse Mark vencer e ficar no segundo lugar… Acho que teria pensado sobre isso e, provavelmente, feito a mesma coisa”, explicou. “Ele não merece isso.” 

“Há um conflito, pois, por um lado, eu sou o tipo de cara que respeita as decisões do time e, por outro, provavelmente Mark não fosse o tipo de cara que merecia isso no momento”, avaliou. “Eu nunca tive apoio do lado dele. Tenho muito apoio do time e o time nos apoia da mesma maneira”, defendeu.
 
Fecha aspas.
 
 
Está claro pelas palavras duras do alemão o seguinte: ele não confia em Mark Webber. E não confiando no próprio companheiro de equipe, o clima dentro do time austríaco – que já não era dos mais saudáveis – azedou de vez. E não adianta Helmut Marko vir agora dizer que “não existe mais ordem”. Mesmo que tivesse, Vettel deixou claro que nesse terreiro do touro vermelho quem manda é ele.
 
E vamos combinar uma coisa: já deu pro Mark Webber, não acham? O tempo dele na Fórmula 1 durou mais até do que o que se previa. E o futuro do australiano pode atender pelo nome de Mundial de Endurance. Dizem por aí que ele já estaria em negociações com a Porsche visando uma vaga na LMP1 em 2014.
 
Voltando ao assunto que me moveu a escrever este post: o sentimento de ‘vingança’ que fez o tricampeão a tomar a atitude que tomou em Sepang não o difere de muitos outros grandes nomes da Fórmula 1 dos últimos 30 anos que foram vitoriosos – talvez Räikkönen, por seu savoir faire incomum, seja excluido do grupo dos ‘filhos da puta’ da categoria máxima, assim como Mika Häkkinen, Lewis Hamilton e, vá lá, Damon Hill e Jacques Villeneuve – que fora das pistas, mostrou-se um boquirrroto de mão cheia.
 
Mas é sempre bom lembrar: Schumacher, Senna, Prost, Piquet, Alonso e até Mansell fazem parte deste lote onde, agora, Vettel chegou com louvor. Essa turma toda, se pudesse, diria ao alemão, que de santo só tem a cara, pelo visto: “Bem-vindo ao clube.”