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Fórmula 1

Terra de Felipes

RIO DE JANEIRO – A Williams virou porto seguro dos pilotos brasileiros na Fórmula 1. Felipe Massa foi contratado como piloto titular para a temporada 2014 e na noite de sexta-feira, no que o pessoal do jornalismo chama comumemente de “fode lide”, Felipe Nasr foi anunciado como o novo piloto reserva e de testes para […]

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RIO DE JANEIRO – A Williams virou porto seguro dos pilotos brasileiros na Fórmula 1. Felipe Massa foi contratado como piloto titular para a temporada 2014 e na noite de sexta-feira, no que o pessoal do jornalismo chama comumemente de “fode lide”, Felipe Nasr foi anunciado como o novo piloto reserva e de testes para o time britânico.

Mas é naquela base: numa categoria onde pouco se testa, Nasr vai fazer mais quilometragem no simulador do que propriamente dentro do carro, embora o contrato assinado com o time de Grove preveja uma participação do piloto radicado em Brasília em pelo menos cinco treinos livres de sexta-feira. Além de três períodos de teste, é claro.

O piloto vai levar consigo o apoio do Banco do Brasil, que junto com a Petrobras serão dois dos patrocinadores da equipe britânica neste ano. Muito se fala do sponsor principal, há quem garanta que é a Martini & Rossi, mas teremos que esperar até 6 de março para ver o novo visual do FW36.

Tão logo assinou o contrato, Nasr viajou para Manama, capital do Bahrein e de lá foi para Sakhir, testar pela primeira vez o novo carro da Williams. E não fez feio: completou 87 voltas e foi o quarto mais rápido – 1’37″569. Mesmo ficando a quatro segundos do temporal marcado por Nico Rosberg a bordo da Mercedes, o brasileiro ganhou rasgados elogios dos engenheiros do time. Rod Nelson, que coordenou os testes, estava muito satisfeito.

“Ele tem um bom feedback, trabalhou bem com os engenheiros e sobretudo é um piloto rápido. Não poderíamos querer mais”, disse.

A Williams, aliás, fecha os treinos do Bahrein com saldo altamente positivo: a equipe foi a que mais quilometragem percorreu  em Sakhir, completando 322 voltas contra 315 da Mercedes e 296 da McLaren. Três equipes com o propulsor germânico, evidenciando a velocidade e a confiabilidade dos V6 construídos pela marca da estrela de três pontas.

No último dia de atividades barenitas, Rosberg quebrou os cronômetros: fez 1’33″283, estabelecendo o melhor tempo de todos os quatro dias de treino, um segundo e sete décimos abaixo do britânico Jenson Button, da McLaren. Kimi Räikkönen foi o terceiro mais veloz, em 1’36″781.

O único carro com motor Renault que conseguiu alguma quilometragem no sábado foi o Lotus E22, com Pastor Maldonado a bordo. Ele completou 59 voltas. Os carros pretos e dourados do time dirigido por Olivier Quesnel já conseguiram percorrer 111 giros na pré-temporada (vale lembrar que a Lotus não andou em Jerez) – quatro vezes mais do que o problemático MR03 da Marussia e apenas cinco voltas atrás da Red Bull.

É, leitores… a coisa está preta para os lados de Milton Keynes. O RB10 não consegue andar direito e o desempenho do motor Renault continua muito abaixo dos rivais. A partir da próxima bateria de testes, marcada também para o Bahrein e que acontecerá de 27 de fevereiro a 2 de março, vamos ver em que patamar a Red Bull chegará na Austrália.

Uma coisa é certa: milagres não vão acontecer em quatro dias. Pode ser que o tetracampeão Sebastian Vettel tenha que amargar um resultado muito abaixo das expectativas na abertura do campeonato em Melbourne. Mas convém não nos precipitarmos: tem muita gente esfregando as mãos de ansiedade para trucidar a Red Bull em manchetes e matérias jornalísticas. Num ano de mudanças radicais de regulamento, nem todo mundo consegue se adaptar rápido a elas. Mas a turma liderada por Adrian Newey é competente o bastante para correr atrás de um imenso prejuízo.