A Mil por Hora
Fórmula 1

Procissão…

RIO DE JANEIRO (Não gostei…) – O GP da Austrália mostrou para o mundo inteiro ver o seguinte: o regulamento técnico da Fórmula 1 deixou os carros mais velozes, mas não houve emoção nenhuma ao longo da disputa no Albert Park. Quem disser o contrário, que a corrida foi ótima, maravilhosa, está mentindo. Foi uma […]

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É sempre legal ver a Ferrari ganhar e a vibração genuína de Vettel, acariciando “Gina”, seu carro de 2017. Mas o GP da Austrália foi chaaaato…

RIO DE JANEIRO (Não gostei…) – O GP da Austrália mostrou para o mundo inteiro ver o seguinte: o regulamento técnico da Fórmula 1 deixou os carros mais velozes, mas não houve emoção nenhuma ao longo da disputa no Albert Park. Quem disser o contrário, que a corrida foi ótima, maravilhosa, está mentindo. Foi uma abertura de campeonato abaixo da crítica, essa a que vimos na madrugada de domingo.

E tudo por causa do tal regulamento e suas nuances que inibem qualquer tentativa de ultrapassagem, por mais que os carros tenham a tal da asa móvel, que como todo artifício que se preze, deveria ser banida. Os Fórmula 1 tinham que ser limpos, livres de penduricalhos. São eles que atrapalham tudo nesse negócio. A FIA precisa tomar uma providência, Ross Brawn (o novo CEO da categoria) também e o grupo Liberty Media, na condição de dono do espetáculo, tem que zelar pela imagem da categoria.

Senão, as outras 19 corridas da temporada vão ser um porre.

Bom… o GP da Austrália foi uma procissão daquelas, mas aí todo mundo ficou feliz porque a Ferrari voltou a vencer desde 2015. Sim… é legal ver os carros vermelhos ganhando e isso é um motivador para quem está cansado de ver a Mercedes ganhar tudo. Mas não pensem que os alemães vão dormir no ponto. Dessa vez, a Ferrari – mestre em perder corridas na tática – acertou. E aí numa Fórmula 1 de difíceis ultrapassagens, quando você perde tempo tentando superar o piloto que está à sua frente, meus caros leitores, não há como tentar reverter rigorosamente nada.

Por isso, Sebastian Vettel ganhou assim, chegou à 43ª vitória da carreira e se tornou o primeiro piloto vestindo vermelho a liderar um Mundial desde 2012 – alguém lembrou de Fernando Alonso? – a vitória foi bacana por esse aspecto, talvez a única coisa digna de registro numa corrida chata que só. Aposto que muita gente que tentou assistir dormiu no meio ou então bateu cabeça várias vezes, de sono.

No mais, a corrida deixou a impressão de que a Mercedes tem na Ferrari sua rival mais direta, a Red Bull está mais atrás e a Williams, quando tiver oportunidade, será a quarta força – até porque isso não ficou ainda muito claro. Há pilotos e equipes com potencial para fazer melhor e a corrida de Melbourne não serve de parâmetro ainda, já que não foi num autódromo e sim num circuito de rua, onde os carros são bem mais suscetíveis a falhas e acidentes.

A registrar que a categoria ganhou mais um piloto para o clube dos que pontuaram em pelo menos um GP: Esteban Ocon, que fez uma corrida discreta, longe de fazer frente ao companheiro de equipe Sergio Pérez, completou em décimo em sua 10ª participação após a estreia em meia temporada ano passado pela Manor. O francês de 20 anos é o 334º a figurar nos compêndios. E entre os novatos, o único que conseguiu chegar ao fim foi Antonio Giovinazzi, num discreto 12º posto, sem cometer erros num dos piores carros do grid – o Sauber.

É isso… dia 9 tem mais corrida na calada da madrugada. Será a vez do GP da China. E veremos se a Mercedes vai dar o troco na Ferrari ou se é isso mesmo, se os italianos têm um algo mais para poder colocar alguma lenha nessa fogueira que pouco esquentou nesse início de campeonato.