Dakar 2018: punição não afasta “El Matador” da dianteira nos carros

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“El Matador” alegou inocência, mas o ASO alegou um recurso do holandês Kees Koolen e o líder geral dos Carros sofreu uma penalização de 10 minutos nesta segunda-feira: isto não o tira do comando do Dakar em sua categoria

RIO DE JANEIRO – Segunda-feira sem trilhas, mas com polêmica no Rali Dakar nos carros. O ASO acolheu um protesto do piloto de quadriciclos Kees Koolen, quanto a um incidente verificado numa das etapas maratona – a 7ª da competição, disputada sábado entre a capital boliviana La Paz e Uyuni, rumo à região dos grandes desertos andinos de sal, em que se envolveu o líder na classificação geral nos Carros.

O fundador do site Booking.com reclamou junto aos organizadores ter sido tocado por Carlos Sainz e também pelo saudita Yazeed Al-Rajhi durante o trecho cronometrado. E que no contato com o Peugeot de “El Matador” navegado por Lucas Cruz Senra, Sainz não teria sido colaborativo. Ou seja: os líderes da geral nos carros não pararam para socorrer o representante dos Países Baixos.

Koolen viu Sainz (que alegou ser inocente no incidente) e Cruz serem penalizados com um acréscimo de tempo de 10 minutos, insuficientes para tirar os espanhóis da liderança. Uma decisão que deixou o chefão da Peugeot “enojado”. Foi o que sentiu o francês Bruno Famin, que avisou aos organizadores da decisão da equipe em apresentar um recurso contra a punição.

A Peugeot já esperava ganhar o Rali Dakar em sua despedida, mas tenho o sentimento de que pretendia vencer com Stéphane Peterhansel, o que dificilmente acontecerá, uma vez que na mesma etapa do incidente entre Sainz e Koolen, o “Monsieur Dakar” teve problemas com a suspensão traseira de seu Maxi 3008 DKR. Sem a assistência remota, ele perdeu tempo em relação ao novo líder porque, para prosseguir, contou com a ajuda valiosa do outro carro do time que segue em prova: o #308 de Cyril Despres/David Castera.

Mesmo que seja tarde demais para uma reação, ainda mais com a supressão da 9ª etapa, Peterhansel e Jean-Paul Cottret não baixaram os braços e venceram a 8ª etapa, a última da fase maratona, com o tempo de 5h15min08seg. Sainz chegou em quinto, perdendo pouco mais de sete minutos. E com a punição aplicada pelo ASO ao líder, sua vantagem para o 2º colocado geral – Nasser Al-Attiyah – é agora de 56min37seg.

Nasser, aliás, será o feliz proprietário da frota de carros oficiais da Peugeot, com o apoio da Red Bull: o piloto do Catar já anunciou a intenção de alinhar o competitivo equipamento do time francês para tentar a vitória na edição de 2019. Atualmente na Toyota, o piloto se mostrou contrariado com um dos itens do regulamento que permite aos pilotos dos carros com tração 4×2 o recurso de encher e esvaziar os pneus de forma automática – o que não é permitido nas picapes Hilux do construtor japonês.

Classificação geral extra-oficial:

1. Carlos Sainz/Lucas Cruz Senra – 27h14min (incluindo + 10min de penalização)
2. Nasser Al-Attiyah/Matthieu Baumel – a 56min37seg
3. Stéphane Peterhansel/Jean-Paul Cottret – a 1h03min42seg
4. Bernhard Ten Brinke/Michel Périn – a 1h13min
5. Giniel De Villiers/Dirk Von Zitzewitz – a 1h27min09seg
6. Kuba Przygonski/Tom Colsoul – a 2h18min36seg
7. Martin Prokop/Jan Tomanek – a 2h33min30seg (incluindo +10min de penalização)
8. Khalid Al Qassimi/Xavier Panseri – a 2h45min42seg
9. Peter Van Merksteijn/Maciej Marton – a 4h49min41seg
10. Nicolás Fuchs/Fernando Mussano – a 6h24min09seg (incluindo +1min de penalização)

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