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24 Horas de Le Mans

ÚLTIMA HORA! G-Drive é desclassificada nas 24h de Le Mans; trio da Signatech-Alpine herda vitória

RIO DE JANEIRO (Bomba!) – Quem acompanhou a transmissão das 24h de Le Mans nas horas finais deste domingo e prestou atenção numa informação que passei, ficou sabendo que a equipe G-Drive Racing estava sob suspeição ao longo da disputa da maior prova de Endurance do mundo, porque segundo observaram, os reabastecimentos do carro eram […]

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Sem choro, nem vela: a suspeição de irregularidades no mecanismo de reabastecimento foi confirmada e a G-Drive Racing perde o título nas 24h de Le Mans. O #28 da TDS Racing também é desclassificado pelos comissários

RIO DE JANEIRO (Bomba!) – Quem acompanhou a transmissão das 24h de Le Mans nas horas finais deste domingo e prestou atenção numa informação que passei, ficou sabendo que a equipe G-Drive Racing estava sob suspeição ao longo da disputa da maior prova de Endurance do mundo, porque segundo observaram, os reabastecimentos do carro eram muito mais rápidos do que o padrão dos demais competidores da classe LMP2.

Eram segundos valiosos ganhos a cada parada (de seis a oito em média), que se transformaram, por mais que os outros competidores tivessem problemas, em uma vantagem de três voltas ao final da prova.

Pois é… de nada adiantou a festa do trio Jean-Éric Vergne/Roman Rusinov/Andrea Pizzitola. Os comissários procederam a vistoria técnica de praxe e perceberam que a TDS Racing, equipe que faz o running dos russos vinculados ao grupo Gazprom e que tem um carro no WEC para o trio Loïc Duval/François Perrodo/Matthieu Vaxivière, criou um mecanismo que tornou o fluxo de combustível significativamente mais rápido a cada reabastecimento.

Como o sistema é por gravidade, a infração é ainda mais cristalina. O relatório dos comissários da FIA diz que “uma peça adicional usinada” não homologada pela entidade foi usada no restritor de fluxo e inserida na chamada “dead man valve”, aquela que encerra automaticamente o reabastecimento e retorna o excesso quando o tanque dos LMP2 – com 75 litros de capacidade – está cheio.

A equipe contesta que as regras não falam em proibição de adição de outras partes no mecanismo de reabastecimento.

Mas a ação da G-Drive e da TDS Racing foi posta em suspeição por observadores e pelos adversários – sem dúvida, Signatech-Alpine, Graff Racing e United Autosports estavam entre as partes mais interessadas, já que com a exclusão do vencedor #26 e do 3º colocado #28, todos ganhariam posições. E foi exatamente o que aconteceu.

A Signatech-Alpine Matmut herda a vitória em La Sarthe na LMP2 e o brasileiro André Negrão é o quarto piloto do país campeão nas 24h de Le Mans em subclasses

Assim, o trio da Signatech-Alpine formado por Nico Lapierre/André Negrão/Pierre Thiriet é campeão da LMP2 nas 24h de Le Mans em 2018. Negrão, aniversariante do último domingo, ganha um presente e tanto. Aos 26 anos, ele se torna o quarto brasileiro vencedor em La Sarthe, fazendo companhia a Thomas Erdos (LMP2 em 2005/06), Jaime Melo (LMGT2 em 2008/09) e Daniel Serra (LMGTE-PRO em 2017).

A Graff-SO24, que subiu ao pódio como 3ª colocada, passa à segunda posição com Tristan Gommendy/Jonathan Hirschi/Vincent Capillaire, sendo elevada também ao 6º posto da classificação geral. E a terceira posição acaba nas mãos do trio do #32 da United Autosports, composto por Will Owen, Hugo de Sadeleer e pelo colombiano Juan Pablo Montoya.

A TDS Racing planeja recorrer da decisão. Mas, vamos e venhamos: quando se apela para falcatruas para levar vantagem sobre os adversários – e essa falcatrua remete à Benetton na Fórmula 1, quando Flavio Briatore mandou tirar o filtro que limitava a vazão na mangueira pressurizada – artifício descoberto quando Jos Verstappen quase virou churrasquinho no GP da Alemanha de 1994 – nem era pra caber recurso algum.