24h de Spa: 24 vezes BMW
RIO DE JANEIRO – A BMW ampliou seu recorde de triunfos no ano comemorativo da 70ª edição das 24 Horas de Spa-Francorchamps. O construtor mais vitorioso da história da competição disputada na Bélgica chegou neste fim de semana ao 24º triunfo – e em dobradinha, contrariando toda e qualquer expectativa possível sobre uma disputa recheada de alternativas – e grandes acidentes, também.
Ao fim de 511 voltas percorridas pelo traçado de 7,004 km de extensão, os pilotos Christian Krognes, Philipp Eng e Tom Blomqvist levaram a equipe Walkenhorst Motorsport a uma conquista tão inesperada quanto histórica. Os bávaros também viram a ROWE Racing chegar em segundo com seu carro #99 conduzido por Nicky Catsburg, Alexander Sims e Jens Klingmann.
Na fase final da disputa, sobraram apenas equipes com carros de construtores alemães na luta pelo primeiro lugar e pelo pódio, diferente de outros momentos em que o novo Bentley Continental chegou a liderar e o Nissan GT-R Nismo deu trabalho. A confiabilidade germânica falou mais alto e a oposição às duas BMW vinha da Saintéloc Racing, equipe campeã da prova no ano passado, mais a Land Motorsport, ambas com Audi R8 LMS e a Black Falcon, com sua Mercedes-AMG GT3.
E nas últimas horas, a mudança significativa de vulto veio na 3ª posição, que acabou nas mãos dos irmãos Kelvin e Sheldon Van der Linde, mais o suíço Jeffrey Schmidt, superando a trinca formada por Markus Winkelhock, Fréderic Vervisch e Christopher Haase.
A prova deste fim de semana foi marcada por diversas intervenções do Safety Car e por dois acidentes de proporções seríssimas – um deles, aterrador. Todos à noite e no mesmo ponto do traçado de Spa-Francorchamps: o sempre desafiador complexo Eau Rouge-Raidillon.
O primeiro que se estatelou na proteção e deu “PT” em seu carro foi o experiente monegasco Stéphane Ortelli. A bordo do Lexus da Emil Frey Racing, ele saiu da pista na altura da 10ª hora de disputa e provocou a primeira bandeira vermelha da competição.
Algumas horas depois, já alta madrugada em Spa, o piloto alemão Jürgen Krebs (Lamborghini da Attempto Racing) e o britânico Andy Meyrick (Bentley da Parker Racing) acabaram envolvidos numa enorme colisão em que as câmeras da transmissão de televisão não foram sequer capazes de mostrar – também pudera, era um breu daqueles, cerca de três da manhã, 10 da noite pelo horário de Brasília.
Os pilotos foram retirados do que restou de seus carros (as imagens da destruição são aterradoras) e levados imediatamente a um hospital nas proximidades do circuito. Ambos estavam conscientes e alertas, sem correr risco de morte, mas com fraturas – a extensão das lesões não foi revelada no comunicado oficial da SRO, organizadora do Blancpain GT Series.
A direção de prova lançou mão de uma longa bandeira vermelha, em que os carros entraram em regime de parque fechado. Após a interrupção, a corrida prosseguiu sem maiores percalços – exceto as falhas mecânicas e acidentes menores, comuns em corridas do tipo, até o final.
Nas demais subclasses, a Rinaldi Racing dominou de forma inconteste a partir da metade da disputa na Pro-Am, que apresentou diversos líderes em seu ínicio. O carro #333 guiado por David Perel, Daniel Keillwitz, Alexander Matschull e Rinat Salikhov chegou ao final com cinco voltas de atraso para os vencedores na geral e com o 15º lugar na classificação final.
O pódio da categoria teve ainda a Strakka Racing e a Mercedes-AMG #42 de Chris Buncombe/Nick Leventis/Lewis Williamson/David Fumanelli e outro carro do construtor da estrela de três pontas – este da equipe Sun Energy 1, que em sua primeira aparição na Bélgica pescou um pódiozinho com Kenny Habul/Thomas Jäger/Martin Konrad/Bernd Schneider – sim, aquele mesmo que vocês estão pensando…
A Silver Cup teve luta direta pela vitória entre dois Lamborghini Huracán na reta final. Meia hora de intensa pressão da Barwell Motorsport sobre a Ombra, que acabou por triunfar com o carro #12 guiado por Alex Frassinetti/Kang Ling/Romain Monti/Andrea Rizzoli completando 504 voltas – 18º posto geral.
Ao quarteto do #78 de Michele Beretta/Rik Breukers/Martin Kodric/Sandy Mitchell restou o segundo posto da categoria e a Black Falcon, mesmo vindo de último no grid, conseguiu a terceira posição na classe com a Mercedes-AMG #6 acidentada durante os treinos livres. Valeu o esforço para Abdulaziz Al Faisal/Gabriele Piana/Hubert Haupt/Manuel Metzger completarem a disputa no pódio da divisão.
Na subclasse dos pilotos de graduação inferior, outra dobradinha dos carros do construtor de Sant’Agata: se a Barwell perdeu na Silver, ganhou na Am com Adrian Amstutz/Leo Machitski/Richard Abra/Patrick Kujala, 27º lugar na geral com 496 voltas percorridas. O pódio teve ainda a Target Racing com Alberto Di Folco/Stefano Costantini/Bernard Delhez/Sylvain Debs e a Rinaldi Racing com Murad Sultanov/Pierre Ehret/Nick Boulle/Rick Yoon.
Pena a participação brasileira ter sido abreviada, durando pouco mais de seis horas. A Mercedes-AMG #44 da Strakka Racing com Rubens Barrichello e Felipe Fraga, mais Christian Vietoris, foi à nocaute com 117 voltas completadas, por quebra de suspensão. O carro já havia perdido um número enorme de voltas depois que Fraga chegou a andar próximo do top 20.
Daniel Serra e seus parceiros Stuart Leonard e Marcel Fässler foram vítimas de uma roda que “pediu demissão” e foi embora, logo após a saída de Stavelot e pouco depois que Serrinha havia encerrado seu turno e entregue o Audi R8 LMS #17 a Leonard. O trio foi forçado a abandonar após completar 94 voltas.
A próxima prova do Intercontinental GT Challenge será as 10h de Suzuka, em agosto.
Tinha brazuca não Mattar?
Leia o texto até as últimas linhas, por favor.
ok….ok….
A BMW triunfante já vinha dando indícios de que se não houve-se nenhum problema que vinhe-se a comprometer sua corrida a mesma venceria a julgar seu desempenho fantástico, incrível o desempenho do mesmo pois tinha um carro muito equilibrado para curvas e reta, fizeram por onde tanto que o segundo carro também é do construtor alemão. Gosto muito dos huracan mais me parece que o carro anda cansado já e não consegue mais desempenho e presumo estar enganado ou eu quero estar enganado mais o mesmo precisa de melhora de desempenho para ontem pois se mostra um carro lento para corridas de endurance, espero que no ano que vem o KIT EVO não seja apenas para deixar o carro mais bonito nas fotos!
Meio equivocado dizer que o Huracan anda cansado. Na IMSA o Huracan corre bem pra caramba! A GRT levou as 24 Horas de Daytona deste ano e a Paul Miller Racing está quase sempre no pódio da classe GTD.
O problema é o BoP dos diferentes campeonatos, exemplo: a M6 GT3 é muito inconsistente na IMSA… E a marca bávara fez 1-2 no Blancpain.
Bastante relativo o desempenho dos atuais GT3.
Parabéns a BMW….vitória maiúscula e significativa para a marca. Estiveram sempre na ponta ou brigando por ela. Já a PORSCHE não foi bem apesar de todo o esforço do time de TIMO BERNHARD….faz tempo que a marca de Stuttgart não vence em SPA, a última foi em 2010.
Pena a corrida dos Brazucas. O #44 tava indo bem. Tinha feito uma parada um pouco antes e se livrado da confusão que se encontrava, foi para perto da 20ª posição e de repente entrou nos box e não voltou. Já o do Serrinha, não acreditei quando eu vi o carro WRT ficar sem roda, o carro tava no páreo. O punição do #1 tirou ele da disputa principal e a Mercedes da Black Falcon sempre comendo pelas beiradas chegou em quinto na volta do lider.
Caramba! Não tinha noção de que o acidente com a Lamborghini durante a madrugada teve essa extensão toda. Acredito que ninguém teve essa noção na hora, não lembro dos narradores comentando nada desse nível a respeito. Inclusive na hora me pareceu até um acidente “bobo” pelo pouco que as câmeras puderam capturar.
Mudando um pouco o assunto, para mim essa prova em Spa é o graal das provas de GT – 70 edições e mesmo após várias mudanças como a participação de outros campeonatos como o FIA GT, eu diria aqui, parafraseando o comentário de um dos narradores da prova, que a Stephane Ratel Organization conseguiu criar o período mais longo de sucesso dessa modalidade do esporte, com grids cheios e com uma disputa que pouco se vê em outras categorias. A SRO tem um grande mérito na capacidade de realizar um “BoP” tão eficiente, mesclando carros de motor dianteiro/central/traseiro, carros mais largos/estreitos e etc com boa parte deles disputando voltas dentro do mesmo segundo em uma mesma classe. “Spot on”, como dizem os ingleses.
Esses acidentes são bem feios mesmo, e toda edição tem alguns assim, mas acho que isso faz parte do esporte, por mais que eu entenda que a segurança deve ser prioridade, eu espero que não façam nenhum “mal” a curva mais fantástica do automobilismo.