Vitória saborosa da CORE Autosport em Mosport

oreca-lmp2-core-imsa-mosport
Protagonista na extinta classe Prototype Challenge e coadjuvante na GTD ano passado, a CORE Autosport fez bonito na etapa de Mosport da IMSA e conquistou sua primeira vitória geral – que vai dar o que falar nos bastidores da categoria (Foto: Jake Galstad/IMSA)

RIO DE JANEIRO – Foi um corridão! Quem não pôde ver ao vivo no Fox Sports 2, que tente ver a reprise prevista para hoje a partir de meia-noite e meia no mesmo canal, porque foi demais! Sou suspeito pra falar porque sou um confesso apaixonado por corridas longas, às vezes posso carregar nas tintas, mas hoje no Canadian Tire Motorsports Park (que para o blogueiro continua sendo o bom e velho circuito de Mosport) tivemos uma grande prova de Endurance.

A 7ª etapa do IMSA Weather Tech SportsCar Championship foi frenética, de nível altíssimo de disputas em todas as três categorias e, ao cabo de 116 voltas percorridas pelo circuito de 3,957 km de extensão em pouco mais de 2h40min, deu o que se imaginava desde os treinos livres e o classificatório: vitória da CORE Autosport e seu protótipo Oreca Gibson LMP2, partilhado por Colin Braun e Jonathan Bennett.

Não fosse por uma mudança crucial, talvez o tão ansiado triunfo não saísse: é que a escuderia abriu mão da pole e mudou o piloto na hora da largada. Assim, Bennett deu a largada como 12º e último no grid da classe Prototype, tendo o mérito de não levar nenhuma volta dos líderes quando precisou parar após cumprir o tempo mínimo de pilotagem – de apenas 10 minutos para os pilotos da categoria. Saiu do cockpit e deixou que Colin Braun fizesse o serviço.

E que serviço!

O texano de 29 anos guiou como nunca no circuito canadense e veio atropelando durante a disputa. No final, ignorou os Cadillac DPi-V.R, inclusive com direito a uma ultrapassagem por fora, incrível, sobre o carro #10 do então líder Jordan Taylor. Acabaram conquistando a vitória, segunda de um modelo LMP2 no ano (terceira desde a adoção do novo regulamento). E com certeza a IMSA e as equipes com seus chassis e motores dentro do regulamento DPi vão bater pé firme pela separação de categorias para 2019.

Até porque uma das personagens que mais reclamou viu seu carro perder na luta direta pela vitória – o carro de Wayne Taylor, com o filho Jordan e o holandês Renger Van der Zande, até andou bem, mas os pneus do carro não tinham mais condição de deter o #54 da CORE. Acabaram satisfeitos com o 2º posto. Felizes? Nem tanto…

Já Felipe Nasr e Eric Curran não têm do que reclamar. Estiveram em 2º na corrida, foram superados pelo carro vencedor e fecharam a etapa em terceiro. O resultado foi suficiente para que a dupla do #31 assumisse a liderança do campeonato com um ponto de diferença para Filipe Albuquerque, que novamente teve o brasileiro Christian Fittipaldi como parceiro.

Mas poderia ter sido diferente…

“No final, foi um dia muito bom, principalmente em termos de pontuação. Estão todos bem contentes”, contou Fittipaldi. “A corrida, no entanto, poderia ter sido diferente se eu não tivesse sido punido. Falaram que eu entrei nos boxes quando ele estava fechado, depois mudaram de ideia, mas quando isso aconteceu eu já tinha passado, porque eu não poderia parar para colocar pneus e combustível. E daí mudaram de ideia. Só que isso me colocou em 12º na pista, quando já vínhamos nos recuperando”, explicou o brasileiro.

Hélio Castroneves, após o acidente da última sexta-feira, não se encontrou no circuito de Mosport. Após seu curto turno de pilotagem, saiu do carro pedindo desculpas, numa atitude rara e pouco usual de um piloto de competição. Ricky Taylor tentou levar o carro #7 ao pódio e o máximo que alcançou foi o 5º lugar. Para Pipo Derani, mais um dia duro: novos problemas mecânicos no Nissan Onroak DPi tiraram ele e o parceiro Ryan Dalziel da disputa.

A corrida também teve como atração o bom desempenho do segundo Acura DPi, da dupla Dane Cameron/Juan Pablo Montoya. Mas a prova do carro #6 foi para o vinagre por vários fatores – a começar por uma estratégia um tanto quanto fora do padrão das demais equipes e depois por conta de uma punição pelo carro ter furado o sinal vermelho na saída de box. Depois, já atrasado e com Montoya a bordo, houve problemas com uma roda dianteira que se soltou, provavelmente provocada por excesso de calor. O sistema de freios simplesmente fritou o miolo da roda e tudo precisou ser trocado. Foram perdidas mais quatro voltas – e aí já era tarde demais.

Estratégias diferentes foram um fator contra e a favor também na GTLM, onde a Ford Chip Ganassi Racing mirou e acertou no que viu: o #67 de Ryan Briscoe/Richard Westbrook fez uma parada a menos que os adversários e, mesmo sem luz de freio na traseira esquerda, fruto de um contato com um rival da categoria – o Porsche de Earl Bamber – venceram a disputa e chegaram à liderança do campeonato com 181 pontos somados.

A Corvette, beneficiada pelo BoP pré-corrida, teve ótimo desempenho de suas duplas, completando o pódio da corrida na divisão com Antonio Garcia/Jan Magnussen à frente de Oliver Gavin/Tommy Milner. Os trovões amarelos foram protagonistas de um “passão” espetacular no Porsche de Patrick Pilet, que se embananou com um retardatário. O 2º posto deixa Garcia e Magnussen a seis pontos da dianteira na tabela.

À Porsche, que fez a pole, restou chegar em quarto com Pilet e Nick Tandy e em sexto com Laurens Vanthoor/Earl Bamber. Já a BMW tentou, arriscou uma estratégia diferente, estendendo a janela de pits, mas não deu muito certo: o único carro da marca bávara que chegou ao fim foi sétimo, com Alexander Sims e Connor De Philippi. O #24 de John Edwards/Jesse Krohn foi acertado na roda traseira por um rival e teve que desistir.

Na GTD, após uma batalha campal entre mais da metade dos oito construtores inscritos, deu Riley Motorsports e sua Mercedes-AMG com Jeroen Bleekemolen/Ben Keating vencendo o duelo contra o Lexus alinhado pela 3GT Racing para Kyle Marcelli/Dominik Baumann. Andy Lally deu show a bordo do Audi que divide com John Potter e levou a Magnus Racing ao pódio – arranjando problema em casa, já que passou e despachou a mulher dele, a britânica Katherine Legge.

Por falar na piloto, ela ficou um pouco mais distante na classificação do campeonato, já que Madison Snow/Bryan Sellers ficaram com o quarto posto na classe e subiram para 183 pontos na tabela. Legge e o português Álvaro Parente chegaram em 5º e ela está agora com 180, ainda como vice-líder. Keating/Bleekemolen agora ameaçam, pois estão com 169.

A próxima prova do campeonato não terá a classe Prototype: o GP de Lime Rock, em Connecticut, é exclusivo para as classes GTLM/GTD. A Prototype retorna em 5 de agosto na pista de Road America, em Elkhart Lake.

Comentários