RIO DE JANEIRO – Domingo, dia da corrida final do Grande Prêmio de Macau de Fórmula 3. Para quem não conhece o Circuito da Guia e não tem noção do perigo desse traçado, imagine correr por 6,12 km, subidas e descidas, esquinas e hairpins, entre guard rails por todos os lados, tendo como pano de fundo um trecho de mais de um quilômetro e meio, infernalmente veloz, antes da frenagem para a curva do Hotel Lisboa.
E o vídeo acima mostra o brutal acidente sofrido pela menina Sophia Flörsch, a bordo de um dos carros da Van Amersfoort Racing.
Naquele ponto da pista, um dos mais críticos de todos, os carros de Fórmula 3, que têm uma relação peso-potência bem razoável, chegam a incríveis 276 km/h de velocidade final antes da redução e posterior contorno de uma curva, quase uma esquina. Era mais ou menos essa a velocidade de Flörsch quando acabou sofrendo o grave acidente que marcou a 65ª edição do clássico evento oriental.
Pela imagem em câmera lenta, dá pra perceber que ela perdeu o carro em algum momento e ele dispara como um bólido, de costas para o sentido original do traçado. Ela atinge a toda velocidade o carro do japonês Sho Tsuboi e depois bate contra um palanque de fotógrafos, que absorve o impacto. O público naquele ponto do circuito assiste a tudo, entre chocado e estarrecido.
Foram cinco os feridos, incluindo Sophia Flörsch, em situação mais grave, embora consciente. A garota fraturou a coluna e será operada.
Apesar da gravidade do incidente, impressiona que o Dallara de Fórmula 3 tenha resistido ao impacto de tal forma que a célula de sobrevivência não se desintegrou, o que teria provocado a morte da piloto alemã.
Em tempo: Daniel Ticktum venceu, conquistou o bicampeonato consecutivo do GP de Macau, mas diante de um negócio tão pavoroso quanto este, qualquer notícia positiva que seja fica em segundo plano.
À Sophia Flörsch, todos os nossos desejos de restabelecimento.