Temporada 2019 do ELMS terá 41 carros

RIO DE JANEIRO – Foi revelada nesta terça-feira, menos de 24 horas após o anúncio preliminar dos primeiros competidores das 24h de Le Mans 2019, a lista de inscritos para a temporada deste ano do European Le Mans Series – que ao contrário do WEC, continua não sendo bienal.

O campeonato de seis provas, que começa em abril em Paul Ricard e passará por Monza, Barcelona, Silverstone, Spa-Francorchamps e Portimão, fechando o calendário em outubro, contará com a participação de 41 carros divididos em três categorias – LMP2, LMP3 e GTE.

E esta é a primeira vez em que a LMP2 apresenta um plantel maior que a LMP3, assim como a GTE mostra um pequeno progresso no número de inscritos – com novidades, como já era esperado e previsto.

O que motiva a LMP3 a ter um número menor em relação aos últimos campeonatos é que este será um ano de transição. Em 2020, entra em vigor o novo regulamento técnico da divisão, com motores mais possantes e carros com controle de tração.

Por isso, nem todos os times investiram no ELMS, preferindo levar seus carros para certames periféricos (mui possivelmente por questões de custo-benefício) como a Michelin Le Mans Cup, o VdeV Endurance Challenge, o Ultimate Cup Series e até o Asian Le Mans Series, que também é bienal feito o WEC e só se inicia na chamada temporada de inverno.

É possível também que a LMP2 tenha mudanças técnicas para breve, mas não tão para já. O que motivou às equipes a investir pesado. Não à toa são 18 os carros daquela que aqui no ELMS é a divisão principal.

A qualidade do grid é indiscutível, embora não haja um equilíbrio entre os construtores: serão onze os protótipos Oreca na categoria, contra seis Ligier e um solitário Dallara – de uma das grandes novidades: a Carlin finca pé no ELMS e alinha um carro que tem Jack Manchester como seu primeiro piloto confirmado. O objetivo do time britânico é chegar o mais rapidamente possível – em 2020 – às 24h de Le Mans.

Inclusive, o ACO confirmou que haverá cinco entradas automáticas para o European Le Mans Series. Campeã e vice entre as equipes da LMP2 terão direito a vagas diretas, assim como o time campeão da LMP3 e os dois primeiros colocados da LMGTE.

Voltando ao plantel da divisão principal, outras quatro organizações sobem para a LMP2 neste ano. Três já estavam confirmadas: a Inter Europol Competition, a Cool Racing e a RLR MSport, onde correrá o brasileiro Bruno Senna em grande parte da temporada. A quarta escuderia é uma surpresa. A BHK Motorsport adquiriu um chassis Oreca 07 e fará com ele sua estreia, tendo como primeiro piloto indicado o italiano Francesco Dracone.

Quatro dos times inscritos terão dois carros – United Autosports (mesmo tendo confirmado presença no WEC), IDEC Sport, Panis-Barthez Competition e Algarve Pro Racing, que a exemplo da High Class Racing, mudou de fornecedor de chassi. O time anglo-português corria de Ligier e neste ano vai de Oreca. A organização dinamarquesa chefiada por Peter Utoft troca o Dallara pelo Oreca, também.

A notar que a Racing Engineering, que tão boa figura protagonizou em sua estreia no Endurance, vencendo logo de cara em Paul Ricard e conquistando o vice-campeonato, não teve possibilidades de emplacar o segundo ano de seu programa e está fora do ELMS em 2019. Três clientes Dallara no último ano também não retornam: a Cetilar Racing se concentra para tentar uma vaga no WEC; a SMP Racing dará mais ênfase a seu programa LMP1, também no WEC; e a AVF by Adrián Vallés buscará novos caminhos.

O grid da LMP3 pode ter perdido em quantidade, mas não na capacidade das equipes, tão indiscutível quanto na LMP2. Dez escuderias aceitaram o desafio para este ano – quatro delas com dois bólidos, sendo estas a United Autosports, a Ecurie Ecosse/Nielsen, a britânica 360 Racing e também a Inter Europol Competition, que segue na divisão secundária de protótipos mesmo tendo um LMP2 neste ano.

Porém, há desfalques. A Eurointernational reduz seu contingente pela metade, assim como a M Racing, que desfaz em 2019 a parceria com a YMR do piloto do WTCR Yvan Muller – o que até faz algum sentido, já que o sobrinho do francês, Yann Ehrlacher, vai se concentrar apenas na competição continental de carros de turismo. Também não se verificou a possível inscrição de um carro da ACE1 Villorba Corse, que teria Alessandro Bressan e Yuki Harata. Mas nada impede que esse bólido faça uma ou outra corrida em 2019, certo?

Não obstante, a Cool Racing e a BHK se concentram em programas na LMP2 e outras equipes buscam caminhos diferentes, como a DKR Engineering, que ruma de volta ao Michelin Le Mans Cup. By Speed Factory, AT Racing, Virage e Racing For Poland, que em algum momento disputaram uma ou outra corrida – ou mesmo a temporada completa – também não fazem parte da relação de inscritos.

Enfim, o plantel da divisão intermediária de protótipos terá 10 modelos Ligier e quatro Norma, chassis franceses cuja comercialização e fabrico estão a cargo da Duqueine Engineering.

E na LMGTE, serão nove os carros na temporada de 2019, com três times se juntando a competidores já tradicionais na classe: a Luzich Racing, equipe com bandeira dos EUA e que será assistida pela Spirit of Race, faz sua estreia no ELMS após um bem-sucedido ano no International GT Open.

Também com Ferrari, a Kessel Racing – que tem convite automático para Le Mans – inscreve dois carros e um deles terá um trio só de mulheres, composto por Rahel Frey/Manuela Göstner/Michelle Gatting. A terceira novidade é a estreia da Project 1 Racing também na competição europeia: o time alemão pretende ter dois Porsches em La Sarthe o mais rápido possível.

A essas novas escuderias na classe de Grã-Turismo, juntam-se logicamente a Spirit of Race e a JMW Motorsport – ambas com Ferrari, a italiana Ebimotors e a Proton Competition, tendo uma inscrição Dempsey-Proton Racing num dos carros, que terá o austríaco Richard Lietz. No de nome Proton Competition, o piloto indicado é o italiano Matteo Cairoli.

Os testes de pré-temporada para o ELMS 2019 serão nos dias 9 e 10 de abril no circuito de Paul Ricard, em Le Castellet.

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