Anísio Campos

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Anísio Campos (1933-2019): gênio, inventivo, criativo e chefe da lendária escuderia Hollywood; uma perda enorme para a história do automóvel no Brasil

RIO DE JANEIRO – Acabamos de perder neste fim de semana um dos gênios do design e do automobilismo brasileiro. Foi-se na noite de sábado, aos 86 anos, o grande Anísio Campos, o “Homem-Carro” – nome, inclusive, de um documentário sobre sua trajetória – projeto de Raquel Valadares, sua filha.

De seu traço, saíram criações imortais como o Puma GT com motor DKW, o streamliner Carcará – que bateu o recorde brasileiro de velocidade em 1966 – além dos buggies Kadron e o minúsculo Dacon 828, que revolucionou conceitos antes dos veículos pequenos como o Smart.

No automobilismo, Anísio deixou marcas eternas. Na equipe Dacon, por exemplo, foi dele a realização do Karmann-Ghia Porsche. Fez também o protótipo AC (sigla das iniciais de seu nome) que foi guiado por vários dos grandes nomes do esporte, sempre com mecânica Volkswagen. E chefiou a não menos lendária equipe “Z”, que depois se chamaria Hollywood e, por um bom período dos anos 1970, foi um exemplo de competência e profissionalismo.

São inesquecíveis daqueles tempos o Maverick “Haras Hollywood” com cabeçotes Gurney-Weslake e preparação ‘hecha’ por Oreste Berta, o protótipo Hollywood Berta-Ford da Divisão 4, o Heve P6 de Maurício Chulan e, last but not least, o Porsche 908/2 que teve espetacular trajetória por estas plagas, além de deleitar uma legião de apaixonados.

Não tenho dúvidas que sua partida deixará saudades nos amigos, em quem conviveu mais de perto com ele e em nós, que amamos o esporte incondicionalmente. É mais uma perda muito sentida nesse difícil e por vezes pouco digerível ano de 2019.

Comentários

  • Rodrigo uma grande perda mesmo. Foi um revolucionário da sua época no automobilismo brasileiro. Como sempre muito pouco reconhecido, por nós próprios brasileiros. Projetou carros de vanguarda e tinha ideias teorizas e práticas de avanço. Ressaltando os escassos recursos de que tínhamos nos anos 60 e 70. Intuitivo por natureza. Uma pena. Mas é a vida que segue. Boa lembrança de você. Parabéns. ( aliás não vi ate agora nenhuma referência sobre a sua morte, como de praxe!)). De novo parabéns