A Mil por Hora
IMSA

Mais uma Petit Le Mans histórica

RIO DE JANEIRO – Desde já peço desculpas se faltar alguma coisa nesse post. É que no embalo do final apoteótico da Petit Le Mans – aliás, já perdi a conta de quantas provas espetaculares tivemos no encerramento da série IMSA nos últimos anos – o raciocínio pode não ser o mais correto e também […]

Muita festa de Eric Curran, Felipe Nasr e Pipo Derani (de capacete): o título da temporada 2019 não veio, mas a trinca venceu uma sensacional Petit Le Mans e levou a taça de campeã do Michelin Endurance Cup

RIO DE JANEIRO – Desde já peço desculpas se faltar alguma coisa nesse post. É que no embalo do final apoteótico da Petit Le Mans – aliás, já perdi a conta de quantas provas espetaculares tivemos no encerramento da série IMSA nos últimos anos – o raciocínio pode não ser o mais correto e também nem sempre muito justo. Mas tentaremos.

Pra começar, parabéns à dupla Dane Cameron/Juan Pablo Montoya. O Acura Team Penske faz a equipe do “Capitão” Roger reencontrar o caminho das conquistas nas provas de longa duração. A escuderia de maior excelência dos EUA brilhou nesta temporada, o colombiano – mesmo tendo passado dos 40 anos – mostrou que ainda é do ramo e Cameron é um excelente piloto,

Excelente também foi a performance dos vencedores, numa corrida cheia de alternâncias e alternativas, definida em detalhes que foram fundamentais. Uma última bandeira amarela com pouco mais de meia hora para o término da disputa e o estouro de um disco de freio num dos rivais foram decisivos para Eric Curran e os brasileiros Felipe Nasr e Pipo Derani.

Fazendo o que mais gosta e no dia de seu aniversário de 26 anos, Pipo deu show no final, com a competência de sempre, pondo pressão nos adversários e depois mantendo uma sólida liderança para conquistar o título do IMSA Michelin Endurance Cup. O título na geral não veio – mas a vitória numa das mais importantes corridas da série estadunidense sim, coroando um belo trabalho e a confiança num ano ainda melhor em 2020.

Gigantesca vitória da trinca campeã das 24h de Le Mans este ano na LMGTE-PRO, desta vez a serviço da tradicional Risi Competizione. E Daniel Serra, hein? Até onde esse moço pode chegar?

Também vimos a gigantesca vitória da trinca campeã das 24h de Le Mans, desta vez a serviço da sempre competente Risi Competizione. Corridaça-aça-aça de James Calado/Ale Pier Guidi/Daniel Serra. O bicampeão da Stock Car manda mais uma para a conta. Já são duas Petit Le Mans no currículo. E eu pergunto: há limites para Daniel Serra em sua carreira?

A Ford valorizou a vitória da trinca vermelha em Road Atlanta como pôde. Merecia igualmente chegar no topo do pódio na despedida do time de fábrica, mas na Endurance só ganha um carro e uma trinca – ou dupla, dependendo da corrida. Também assistimos o canto do cisne do Chevrolet Corvette C7.R, que deixará muitas saudades nos aficionados.

Enfim, na batalha de Porsche versus Porsche, levou o #912 de Earl Bamber e Laurens Vanthoor, no sufoco: no fechamento da penúltima volta, a dupla e mais o francês Mathieu Jaminet quase se envolveram num entrevero com ninguém menos que Pipo Derani. Um puta susto! O 5º lugar, porém, bastou. Título mais do que merecido.

Sem muitas filigranas, deu dó ver Felipe Fraga e os companheiros Ben Keating e Jeroen Bleekemolen, à beira de uma grande vitória, perderem o triunfo na última volta. Muito doído. Mas certamente o Fraga, como o grande piloto que é, vai tirar grandes lições dessa derrota.

Bill Power: aos 51 anos, o também aniversariante Bill Auberlen ganhou de presente com o abandono do #33 de Felipe Fraga, na última volta, a vitória na classe GTD

Tristeza de uns, sorte de outros. Especialmente da Turner Motorsport, que não fez tempo de classificação e tinha um ótimo carro para dar a vitória ao outro aniversariante do dia – Bill Auberlen – junto a Robby Foley e Dillon Machavern. Sorte também da dupla Mario Farnbacher e Trent Hindman, pois mesmo com uma quebra, os dois pilotos levaram o campeonato, sem outros sustos mais além deste.

Bom… pelo menos a trinca do Mercedes-AMG #33 conseguiu o título do IMEC, o que serve de consolo – mas não muito.

Para completar, Hélio Castroneves ainda fecha o campeonato com um bom pódio ao lado de Ricky Taylor e Graham Rahal entre os DPi, faltando mesmo só a Bia Figueiredo para poder ter uma Petit Le Mans à altura das expectativas infelizmente não correspondidas, por conta da total falta de ritmo da dinamarquesa Christina Nielsen – que inclusive pediu pra não ser escalada nos stints noturnos no Acura.

Menos mal: a marca levou o título da GTD e a Meyer Shank Racing faturou entre as equipes.

E o que foi a LMP2, hein?

Uma vergonha.

Como disse o meu amigo Pedro Migão nas redes sociais, um “flop”. Os dois carros que largaram não chegaram ao final. Matthew McMurry, o campeão entre os pilotos, não deve ter ficado feliz em chegar ao título desta forma.

Mais um campeonato termina. E eu já conto os dias para chegar Daytona.

Que venha 2020!