Tänak é soberano em Gales e se aproxima de título histórico no WRC

RIO DE JANEIRO – Faz muito tempo (desde 2003, e acho que isso já foi dito aqui no blog) que outro piloto que não seja francês e chamado Sébastien não é campeão mundial do WRC.

O último foi Petter Solberg. E a escrita se encaminha para se quebrar, 16 anos depois. Ott Tänak é o homem que pode fazer história já na próxima etapa. Com metade das vitórias numa temporada que cumpriu 12 de suas 14 etapas, o estoniano da Toyota só depende dele para alcançar o título no Rali da Catalunha.

A tabela aponta uma vantagem de 28 pontos sobre Sébastien Ogier, o atual hexacampeão. Com 30 pontos de frente, mesmo que haja um empate após o Rali da Austrália, Tänak já leva o caneco, pois ninguém o ultrapassaria por vitórias: o piloto da Citroën chegaria, no máximo, ao total de cinco triunfos no ano.

Tänak levou neste fim de semana um dos eventos mais difíceis da temporada. O Rali da Grã-Bretanha foi disputado em 22 trechos cronometrados pelo País de Gales, com estradas enlameadas, escorregadias e molhadas. O mau tempo e a chuva, constantes no Reino Unido, tornaram o evento difícil – como é de praxe.

O líder do campeonato e seu navegador Martin Jarvejöja assumiram a dianteira após a última etapa do primeiro dia de provas (SS10/Aberhirnant 2), depois que Kris Meeke, no outro Toyota, reduziu seu ritimo. Daí, a dupla do carro #8 controlou a diferença para vencer a 75ª edição do Rali da Grã-Bretanha com cerca de onze segundos para Thierry Neuville/Nicolas Gilsoul, da Hyundai.

Para tornar ainda mais difíceis as já remotas pretensões de Sébastien Ogier, o atual hexacampeão do WRC, Tänak fez a pontuação máxima ao ser o mais rápido no Power Stage de Brenig. O piloto da Citroën ainda perdeu o segundo posto para Neuville e fechou o evento com a 3ª posição.

Quarto colocado geral, Kris Meeke somou pontos importantes para a Toyota na batalha pelo título dos Construtores: o norte-irlandês ajudou o construtor oriental a se aproximar da Hyundai na luta pelo título dos fabricantes, considerado tão ou mais importante que o de pilotos – para alguns, é claro.

Elfyn Evans voltou competitivo após três provas ausente por lesão e, se não fosse um furo de pneu no primeiro dia de trechos cronometrados, não sei não… talvez Tänak tivesse mais trabalho para ganhar o Rali.

De resto, a destacar que Craig Breen sobreviveu a um capote sensacional com seu Hyundai i20 numa das especiais de sábado e o mesmo não pôde ser dito de Jari-Matti Latvala, que teve seu Yaris destruído num acidente forte sofrido no primeiro dia.

O finlandês Kalle Rovanpëra, por seu turno, encaminhou o título mundial da classe WRC2 Pro, enquanto o espanhol Jan Solans e seu navegador Mauro Barreiro levaram o troféu do JWRC.

Paulo “Palmeirinha” Nobre e seu copiloto Gabriel Morales chegaram em 8º lugar na classe WRC2 e em 22º na geral, entre 47 duplas que finalizaram o Rali da Grã-Bretanha. Eles ocupam o 11º posto na classificação geral da categoria com 41 pontos. O veterano Solberg, citado nos primeiros parágrafos, venceu na divisão com um Volkswagen Polo R5 em dupla com Phil Mills, fechando o Rali em 10º na geral.

Resultado final do Rali da Grã-Bretanha

1 – Tänak-Järveoja (Toyota Yaris WRC) – 3.00’58”0
2 – Neuville-Gilsoul (Hyundai i20 WRC) + 10”9
3 – Ogier-Ingrassia (Citroen C3 WRC) + 23”8
4 – Meeke-Nagle (Toyota Yaris WRC) + 35”6
5 – Evans-Martin (Ford Fiesta WRC) + 48”6
6 – Mikkelsen-Jaeger (Hyundai i20 WRC) + 58”2
7 – Tidemand-Floene (Ford Fiesta WRC) + 5’23”8
8 – Breen-Nagle (Hyundai i20 WRC) + 9’25”0
9 – Rovanpera-Halttunen (Skoda Fabia R5) + 10’51”1
10 – Solberg P.-Mills (Volkswagen Polo R5) + 11’36”1

Comentários