Temeridade

É temerário anunciar um evento numa pista que não existe

RIO DE JANEIRO (Eu conto, ou vocês contam?) – Muito bem: nesta quinta-feira, a Dorna resolveu cair no conto do vigário, em fake news. Os espanhóis, organizadores do MotoGP, confirmaram a volta do GP do Brasil em 2022.

Sério: em que pista?

No Rio de Janeiro? Em Deodoro?

Olha, se fosse pra fazer mesmo a corrida em 2022 ou em 2021 na Fórmula 1, como insanamente o presidente Jair Bolsonaro chegou a anunciar, já era pra qualquer obra no terreno ter começado.

Autódromos ou Motódromos não são feitos do dia pra noite. Muitos dos mais modernos circuitos da atualidade demoraram até dois anos pra ficar prontos. São requeridas dezenas de minúcias no que diz respeito à segurança. FIM e FIA são exigentes – ou vocês acham que não?

E, sobretudo, existe um grande problema nisto tudo. Que é a falta de palavra dos governantes. O circuito prometido para substituir Jacarepaguá já teria saído do papel se o primeiro acordo lavrado fosse cumprido à risca. Não foi o caso.

É melhor esquecer, por enquanto, essa possibilidade de retorno. A própria Dorna vai acordar (e ela já foi engrupida por conta de Brasília e também do circuito de Gales – e olha que estou mencionando a Grã-Bretanha nessa história) e perceber que caiu numa esparrela que só.

Era melhor ter feito com Jacarepaguá o que se fez em Sóchi, na Rússia. Existe lá uma pista e, no entorno, as instalações olímpicas dos jogos de inverno.

Só aqui que se resolve destruir, para o Parque Olímpico que hoje existe no terreno da antiga pista ficar às moscas. Obras superfaturadas pagas com o seu, o meu, o nosso dinheiro.

Comentários

  • Mesmo considerando a total falta de capacidade nossa para construir obras no prazo, até 2022 teremos tempo para isso. Minha opinião? Essa pista vai acabar sendo construída.

      • Então, como falei, prazo não é o nosso forte em obras. Aqui em SP um trecho do monotrilho que era para ficar pronto para 2014 agora tem promessa para 2022…
        Acho que farão o circuito, quando vai ficar pronto são outros quinhentos. Precisamos mudar muito para ter credibilidade

  • O Rio não conseguiu fazer um ePrix que na teoria é mais simples por ser um circuito de rua, imagina construir um autódromo do zero em 2 anos e meio no máximo para ter um tempo ínfimo pra 1 ou 2 categorias nacionais fazerem eventos testes e, se houver, corrigir alguns problemas.
    Sem falar que o TRF suspendeu denovo o processo de contratação da Rio Motorpark e o processo de investigação da licitação pelo MP.

  • O pior é que a frase EU JA SABIA (que acordo nenhum seria cumprido e que o Rio ficaria sem autódromo) cabe bem. Frase de cara chato? Sim! Mas também reflete o descrédito em nossos governantes e fato do automobilismo estar ocupando papel secundário.
    O exemplo de Sócio é muito bom. Simples, fácil, mas a opção foi a destruição.

  • E o tal projeto do Tilke para fazer em Jacarepaguá uma pista estilo Sochi, chegou a pelo menos ficar pronto no papel? Na época o alemão e o consórcio das obras do parque olímpico divergiam…

  • Qualquer coisa ao estilo de Sochi, desde que não seja projetado pelo Tilke. Esse cara só desenha pistas onde as ultrapassagens são quase proibidas. Adoro a ideia desse fazer uma nova pista onde foram construídas as instalações para as olimpíadas. Por mim, pode derrubar aquela porcaria toda.

  • Mais uma notícia para quem passou a gostar de carros elétricos.
    Suas vendas despencam no mundo inteiro. A Dyson que estava investindo forte em projetos, desistiu de gastar dinheiro nisso e se concentra agora em desenvolver tecnologia para seus produtos tradicionais. O futuro da Tesla é incerto. As grandes montadoras só fazem lançamentos para mostrar que tem tecnologia e por aí vai….
    Acho tudo isso ótimo.
    Mais detalhes em https://moneytimes.com.br/dyson-desiste-de-fabricar-carros-eletricos-e-soa-alarme-no-setor