Direto do túnel do tempo (462)

RIO DE JANEIRO – Com o retorno de Kyalami ao mapa-mundi do automobilismo mundial, nunca é demais lembrar que existiu em priscas eras um Campeonato Sul-Africano de Fórmula 1.

Isso mesmo – ninguém aqui leu errado. A competição existiu entre 1960 e 1986 – sendo que de 1976 em diante ficou difícil manter os custos dos Fórmula 1 tal como se conhecia naquela época e a opção foi trocá-los por prosaicos Fórmula Atlantic.

Foi na F-1 Sul-Africana que surgiu Wayne Taylor, ele mesmo, o dono de equipe e pai de Jordan e Ricky Taylor. E também nomes como os de Graham Duxbury, Trevor Van Rooyen e Neville Lederle, por exemplo – só para citar alguns que levaram títulos.

Mas três pilotos em especial se destacam: John Love, Ian Scheckter e o da foto que ilustra o post – Dave Charlton.

O primeiro era da Rodésia (hoje Zimbábue) e foi inclusive 2º colocado no GP da África do Sul de 1967. Ganhou a competição seis vezes seguidas entre 1964 e 1969.

Ian Scheckter, pelo menos na categoria máxima, ficou com a pecha de “irmão mais velho do Jody Scheckter”. Não aproveitou as chances dadas e foi mais feliz correndo em seu país – também levou seis títulos, mas já com os carros de F-Atlantic.

Talvez o grande nome da Fórmula 1 Sul-Africana tivesse sido o de Dave Charlton, que inclusive fez boas aparições em provas do Mundial de Pilotos. O piloto, morto em 2013, ganhou 42 provas nos seis anos seguidos em que foi campeão – de 1970 a 1975.

Argumentarão que ele sempre teve bons carros – guiou os Lotus 49 e 72, passando até por um chassi McLaren M23, igual ao do título de Emerson Fittipaldi em 1974. É bom lembrar que alguns dos competidores usavam modelos de Fórmula 5000, outra categoria muito em voga na época. Mas ninguém ganha seis campeonatos por acaso.

No ano de 74, quando defendia a Scuderia Scribante com este carro patrocinado pelos cigarros Lucky Strike, Charlton venceu em Roy Hesketh, Killarney, Kyalami, Brandkop, Bulawayo e de novo em Kyalami. Foi campeão por apenas dois pontos – 67 contra 65 do vice Scheckter, o Ian, claro.

Há 45 anos, direto do túnel do tempo.

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