Ruptura

RIO DE JANEIRO – A repórter Julianne Cerasoli, que acompanha a Fórmula 1 pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, publicou hoje matéria no UOL confirmando: a McLaren não será mais patrocinada pela Petrobras.

Às vésperas do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1. Isso mesmo.

Agora, o que era preferível? Manter o contrato em vigência ou rompê-lo, como de fato aconteceu, atendendo um desejo deste governo que atua com o fígado, com o ódio, com o rancor, pagando uma substancial multa rescisória (n.do blog: o GRANDE PRÊMIO apurou que o valor pago foi de 100 milhões de talkeys pela multa – dois anos de contrato)? – embora o comunicado lacônico da McLaren afirme que houve “comum acordo entre as partes”.

Acho burrice. Das grandes.

Sem entrar no mérito do marketing e do não-envolvimento do patrocínio a pilotos brasileiros ou algo do gênero – aliás, quando a Petrobras cancelou o patrocínio à seletiva de Kart do Binho Carcasci, não vi nenhum #mimimi de piloto nenhum em rede social alguma – perdeu-se (mais uma) a oportunidade de mostrar ao mundo que o Brasil tem capacidade para desenvolver combustíveis em alta performance.

Mas estão de parabéns aqueles que acreditaram nos valores irreais do contrato, que jogaram ao vento somas absurdas, de 782 ou 872 milhões de talkeys – a mentira aumentava ou diminuía de acordo com a necessidade (o valor do contrato era de R$ 312 milhões por seis anos de acordo).

Tudo jogado no lixo por revanchismo, conveniência e, principalmente, incompetência.

Vai entender a cabeça dessa gente…

Parabéns aos envolvidos.

Comentários

  • Pior é ler os comentários do link do uol… gente elogiando o presidente, gente falando que a F1 perdeu a graça depois que Senna morreu, gente falando pro público boicotar o GP Brasil. Só tem boçal comentando nesse site do UOL. Esse povo não faz a menor idéia do que está falando.

  • Caso os valores se conformem, não faz muito sentido, tecnicamente falando, esse rompimento. Não sei qual o retorno que a Petrobras possuía em marketing, só sempre achei muito pouco fornecer somente o óleo de transmissão. E a gasolina para uso nos carros tbm não ficava pronta nunca. Bem, são coisas que não saberemos as causas, mais um revés para uma empresa brasileira.

    • Ela estava desenvolvendo já o combustível.

      E não é ‘caso os valores se conformem’. O valor oficial era de R$ 312 milhões por seis anos. Nunca foi R$ 782 milhões ou R$ 872 milhões, tampouco.

      Aliás, não há nenhum patrocínio na Fórmula 1 com esse valor atualmente.

  • Rodrigo, me permita descordar mas em outro aspecto, que não o político. Sem retorno tecnológico objetivo (entende-se comercial) não acredito que faça sentido esse patrocínio, independe de qual seja o governo em questão. Da mesma maneira tbm não entendo como “política pública de desenvolvimento esportivo” um patrocínio a uma equipe de F1, no máximo algum tipo de apoio institucional as categorias de base como a seletiva Petrobras que vc citou.

    Entendo que o retorno social que a Petrobrás possa dar ao Brasil após o assalto que sofreu nos últimos anos não deva vir por meio deste patrocínio, independente do valor. Sem uma contrapartida objetiva e comercial que traga minimamente algumas vezes o valor investido não entendo fazer sentido. Lembrando que a Petrobrás é uma empresa de capital misto e que, portanto, também tem outros “donos”.

    Não seguir por caminhos populistas usando patrocínios estatais (tipo PDVSA) já é um bom começo.

    • A Fórmula 1 terá em 2021 combustível misto, com etanol misturado em proporção de 10 a 15% à gasolina.

      Quem detém o pioneirismo na produção de etanol mesmo?

  • De tudo isso, o que me espanta não é nem o governo querer encerrar o contrato com a McLaren, e sim se apoiar em dados completamente mentirosos, com o intuito claro de iludir as pessoas, e se passar como os salvadores, que acabaram com a farra do dinheiro dado à McLaren. E o pior disso: tem bobo que acredita no que eles dizem.