Vídeos históricos: GP Dino Ferrari (1979)

RIO DE JANEIRO – Houve um tempo em que a Fórmula 1 se permitia um calendário mais espaçado do que as hoje absurdas 21 datas confirmadas num ano com 52 semanas, para a temporada de 2020. Podem me chamar de saudosista, mas prefiro muito mais esse lado humano do automobilismo do que o momento atual.

Esse momento de mais espaço no calendário permitia coisas como a do vídeo abaixo: uma corrida extracampeonato realizada no então Autódromo Dino Ferrari, para homologação da pista – que de fato seria usada pela primeira e única vez como sede do GP da Itália em 1980 e, a posteriori, como sede do GP de San Marino por muitos anos, até 2006.

O Grande Prêmio Dino Ferrari foi disputado uma semana após o título de Jody Scheckter em Monza, contando com a participação de 16 carros de doze construtores diferentes.

Ensign e ATS, às voltas com muitos problemas, não compareceram – e nem Renault, Ligier e Williams, assim como Hector Rebaque em sua Lotus particular então rebatizada Rebaque NHR100.

Contudo, foram inscritos os já lentos e ultrapassados FW06 de 1978, que corriam a série Aurora AFX Series, na Inglaterra. Um dos pilotos, aliás, era Giacomo Agostini, a lenda da Motovelocidade, tentando – sem sucesso – emplacar uma carreira como piloto em quatro rodas.

O Copersucar-Fittipaldi foi guiado por Alex Dias Ribeiro, que até teve uma boa atuação enquanto esteve na pista, abandonando com o câmbio quebrado. Ele depois sofreria novo calvário na Fórmula 1 com o inviável F6A nas corridas seguintes, no Canadá e EUA.

A primeira fila do grid foi toda da Ferrari, com Gilles Villeneuve na pole e Jody Scheckter em segundo. Mas a estrela do dia foi Niki Lauda, que venceu com a Brabham Alfa Romeo – pela última vez na equipe de Bernie Ecclestone.

Registre-se: com uma pilotagem inspirada do lendário austríaco, que guiou como nunca numa ‘lenha’ fenomenal contra Villeneuve. Percebam, aliás, o quão eram rápidos os Fórmula 1 em curva por conta do efeito asa, que os pregavam no chão.

Comentários

  • Imagens sensacionais!

    Carros rápidos em curva de alta mas que conseguiam andar no vácuo dos outros.
    Interessante é ver que a aderência mecânica não é tão eficiente, o carro destraciona em quase toda saída de curva, tempos de corrida de gente grande!

  • Video sensacional.
    Nele se pode ver como o Villeneuve se fazia dificil de ultrapassar, mas sem jogar sujo, sem fechar porta jamais. Hoje TODOS fecham a porta de todas as formas, numa tendencia inaugurada ainda no final dos anos 80, mas “aperfeiçoada” por Senna, perpetuada por Schumacher, e a qual o Verstappen tenta agregar um ajuste fino.
    Show de tocada do Villeneuve. O erro….sim, o erro…ele errou ali, no limite, tentado voltar. Mas quem garante que o Lauda, macaco velho, não freiou um pouquinho antes, pra dificultar a manobra do Gilles ???? E só uma hipotese. Mas que ele tenha errado, por erro dele mesmo: esse era o Gilles, errava sim, mas era muito rapido. estava sempre no limite extremo.
    Ele foi para os boxes (talvez trocou pneus, não deu pra ver) e voltou dando show. Era o mais rápido na pista, mas a desvantagem era irrecuperável. mesmo assim, não desistiu de andar rapido. As corridas dele eram contra ele mesmo, os outros eram os outros, e ele sabia que era o melhor deles.
    Gilles não era rapido: era um montro de rapido !!!

    Antonio

    • Não era obrigatória a participação de todas as equipes. Tanto que nem Renault, Ligier e Williams estavam lá. Compareceu com dois carros quem quis. A Brabham foi com um só.

  • Concordo contigo, Antonio!
    Na negociação das ultrapassagens, havia um certo limite para as trancadas de porta.
    Acho que era mais desportivo.