A Mil por Hora
Fórmula 1

Vídeos históricos – GP da Itália (1976)

RIO DE JANEIRO – Revendo ontem um dos episódios da coleção de Fórmula 1 lançada em DVD pela Duke, não há como não citar uma das corridas mais emblemáticas da famosa temporada de 1976, que virou livro e filme. O GP da Itália, marcado para 12 de setembro, foi histórico pelo retorno de Niki Lauda […]

RIO DE JANEIRO – Revendo ontem um dos episódios da coleção de Fórmula 1 lançada em DVD pela Duke, não há como não citar uma das corridas mais emblemáticas da famosa temporada de 1976, que virou livro e filme.

O GP da Itália, marcado para 12 de setembro, foi histórico pelo retorno de Niki Lauda às pistas. Para quem recebera a unção dos enfermos após o tenebroso acidente de Nürburgring em 1º de agosto, portanto 40 dias antes dos primeiros treinos, era mais do que uma vitória. Era celebrar a vida. E qualquer resultado conquistado ali seria lucro para quem, como o campeão mundial vigente, ficara duas etapas de fora.

Nessas corridas, John Watson venceu brilhantemente na Áustria e James Hunt, na Holanda. O inglês da McLaren fez 15 pontos e Clay Regazzoni pouco – ou nada ajudou Niki. Foi 2º em Zandvoort e só. Aliás, o triunfo do piloto da Penske, diria Lauda a Watson tempos depois, foi o que o motivou a lutar pela vida e pelo retorno às pistas o quanto antes fosse possível.

Mesmo lutando contra a excruciante dor de vestir o capacete num rosto marcado pelas queimaduras e ainda com marcas de sangue e pus, Lauda provou que estava acima de todos e principalmente de Daniele Audetto, que lhe desgostava.

O diretor da Ferrari, que convidou Emerson Fittipaldi para substituir o austríaco quando este agonizava moribundo no hospital, acabou fechando com Carlos Reutemann. Lauda aceitou a contragosto ter o argentino como companheiro em Monza, mas exigiu que não lhe dessem um terceiro carro até o fim da temporada.

Com o 5º tempo nos treinos classificatórios, Niki ainda viu os comissários desclassificarem os dois pilotos da McLaren – Hunt, inclusive – e John Watson, por gasolina irregular em seus carros. Nenhum dos três correria, mas o problema foi rapidamente resolvido.

Primeiro, o lento Otto Stuppacher, 26º do grid com um tempo 13 segundos e 87 centésimos pior que o do pole position Jacques Laffite foi “gentilmente” impedido de correr. Arturo Merzario, que abriria a última fila, também não competiu.

E, para que John Watson largasse, a vaga de Guy Edwards no grid, onde o piloto da Hesketh estava em 23º, foi leiloada por US$ 13 mil.

Não surtiu muito efeito: Mass e Hunt desistiram. Watson veio de último para 11º.

As histórias mais bacanas daquele dia, óbvio, foram o 4º lugar de Lauda, que assim abria 17 pontos para Hunt, restando três etapas para o fim do campeonato e a vitória de Ronnie Peterson, na redenção do sueco diante de toda a Fórmula 1. Foi o primeiro triunfo dele em dois anos – e logo com o March 761.

Acompanhe a íntegra no vídeo abaixo, na narração do jornalista austríaco Heinz Prüller, da ORF.