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Fórmula 1

Vídeos históricos – GP da Inglaterra (1981)

RIO DE JANEIRO – Sábado, 18 de julho de 1981 – aliás, engraçado isso… as corridas de Fórmula 1 disputadas em Silverstone, pelo menos essa e a de 1983, foram num sábado. Por que diabos quando era em Brands Hatch, o GP da Inglaterra era domingo? Vai entender… Enfim… naquele dia, há quase 39 anos, […]

RIO DE JANEIRO – Sábado, 18 de julho de 1981 – aliás, engraçado isso… as corridas de Fórmula 1 disputadas em Silverstone, pelo menos essa e a de 1983, foram num sábado. Por que diabos quando era em Brands Hatch, o GP da Inglaterra era domingo?

Vai entender…

Enfim… naquele dia, há quase 39 anos, dois tabus eram quebrados. O primeiro foi pessoal: John Watson venceu pela segunda vez na carreira, a primeira desde 1976. “Wattie”, então com 35 anos, não ganhava nada desde o GP da Áustria, em Zeltweg, pela Penske.

A partir daí, ganhou injustamente a pecha de piloto sem sorte. O problema é que isso grudou nele como carrapato. Watson perdeu de forma inacreditável uma corrida ganha em 1977, quando guiava a Brabham de motor Alfa Romeo 12 cilindros boxer em Dijon-Prénois no GP da França. Teve problemas a 300 metros do pano e foi ultrapassado por Mario Andretti.

John foi para a McLaren, já decadente, em 1979 – para o lugar que seria de Ronnie Peterson. Ironicamente, o norte-irlandês casou com Barbro Edwärdsson, viúva de Ronnie. E em 1981, a McLaren mudara sua estrutura e direção.

Com as bençãos da Phillip Morris, leia-se John Hogan, Ron Dennis entrou de sócio e trouxe a mentalidade da sua Project Four Racing, escuderia que comandava até 1980 na Fórmula 2 europeia. Não haveria mais vez para Teddy Mayer. Só Tyler Alexander, competente diretor da equipe, permaneceria. E. como sói, os novos ares trouxeram também novos conceitos.

Com tecnologia aeroespacial da Hercules, dos EUA, foi concebido por John Barnard o primeiro carro inteiramente construído em fibra de carbono. Hoje é impossível pensar o esporte a motor sem esse tipo de conceito, que revolucionou o esporte por completo. Em alguns casos, os monocoques eram mistos com painéis de alumínio, mas a segurança evoluiu e com ela os carros puderam ser tão velozes quanto resistentes.

A quebra do segundo tabu, como falei acima, envolve diretamente a McLaren. A equipe passava quase quatro anos sem triunfar na Fórmula 1. Antes da quadriculada tremular para Watson, a última vitória fora com James Hunt, no GP do Japão de 1977.

Registre-se que o triunfo de Watson teve requintes de dramaticidade. Como, por exemplo, o misto de sorte e competência do piloto ao tirar o pé e evitar se envolver na carambola que Gilles Villeneuve promoveu na saída da Chicane Woodcote, e que levou junto o então campeão mundial Alan Jones e o tresloucado italiano Andrea de Cesaris.

E também porque a Renault de René Arnoux começou a ter problemas e o público, ao perceber a queda de rendimento do líder absoluto, urrava nas dependências de Silverstone. Tão alto que Watson podia ouvir dentro do capacete. Aquilo foi o catalisador para que a ultrapassagem da vitória fosse consumada a sete voltas de um total de 68 a serem percorridas.

A corrida foi uma quebradeira só. Oito terminaram. Abandonaram quatro num espaço de cinco voltas – Mario Andretti, Marc Surer, Riccardo Patrese e René Arnoux – o único Fittipaldi, com Keke Rosberg, saiu fora a 12 voltas do final e, quando era terceiro atrás somente das Renault de Alain Prost e René Arnoux, Nelson Piquet teve um pneu estourado num ponto de alta velocidade e bateu de frente na Curva Becketts, machucando o pé esquerdo.

Acompanhe a íntegra da disputa com narração de Luciano do Valle e comentários de Reginaldo Leme, que fizeram a transmissão in loco.