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Fórmula 1

È finito

RIO DE JANEIRO – Acabou. Fim de papo: após cinco temporadas – a sexta nem começou ainda… – catorze vitórias, doze pole positions e nenhum título mundial conquistado por Maranello, Sebastian Vettel está fora da Ferrari após 2020. O tetracampeão mundial de 32 anos não chegou a um termo de renovação com a lendária equipe […]

RIO DE JANEIRO – Acabou.

Fim de papo: após cinco temporadas – a sexta nem começou ainda… – catorze vitórias, doze pole positions e nenhum título mundial conquistado por Maranello, Sebastian Vettel está fora da Ferrari após 2020.

O tetracampeão mundial de 32 anos não chegou a um termo de renovação com a lendária equipe italiana e hoje foi confirmado o que o jornal Bild, publicação germânica, já antecipara na segunda-feira e o GRANDE PRÊMIO discutiu à noite em mais uma edição do Paddock GP. Um jornalista cravara que seria difícil a permanência de Vettel na Ferrari. E hoje a notícia é confirmada, provocando um abalo sísmico na Fórmula 1.

E tudo isso em meio à Pandemia que já atrasou em quase dois meses o início de uma temporada prevista para iniciar em julho próximo – em princípio – com provas na Áustria e sem público.

“Minha relação com a Ferrari se encerra ao fim de 2020″, disse Vettel, através de comunicado divulgado pela Ferrari. “Para conseguir os melhores resultados possíveis no esporte, é vital que todos os envolvidos trabalhem em harmonia. A equipe e eu percebemos que não há mais um desejo comum de seguir juntos além dessa temporada. Questões financeiras não foram um fator nessa decisão conjunta. Não é assim que eu penso quando tomo certas decisões, nem nunca será”, seguiu.
“O que está acontecendo nesses últimos meses levou muitos de nós a refletir sobre as reais prioridades na vida. Você precisa usar a imaginação e adotar uma nova abordagem. Eu, por exemplo, vou usar o tempo para refletir no que realmente importa quando o assunto é o meu futuro. A Ferrari ocupa um lugar especial na F1 e espero que tenha todo o sucesso que merece. Por fim, quero agradecer a todos na família Ferrari, todos os tifosi do mundo, todo o suporte que tive ao longo dos anos. Meu objetivo imediato é terminar minha passagem pela Ferrari, torcendo por novos momentos lindos juntos, completando os outros tantos que já tivemos”, destacou.
“Essa é uma decisão conjunta tomada por nós e por Sebastian, uma decisão que as duas partes consideram ser para o bem”, destacou Mattia Binotto, chefe de equipe. “Não foi uma decisão fácil, considerando o valor do Sebastian como piloto e como pessoa. Não houve razão específica para essa decisão, além da crença comum e amigável de que já é hora de tomar caminhos diferentes para alcançar nossos respectivos objetivos”, seguiu.
Muito se especula e será especulado sobre as motivações que levaram ao rompimento da parceria, que segundo o chefão da Ferrari, foi feito em comum acordo. Descartada a hipótese de não ter havido questões salariais, o problema teria nome e sobrenome: Charles Leclerc. O monegasco e Vettel andaram se bicando no último ano – apesar do bom relacionamento fora das pistas – e o ponto alto da tensão foi o acidente que eliminou ambos do GP do Brasil, em Interlagos.
É uma situação semelhante à qual o mesmo Vettel passou na Red Bull, quando Daniel Ricciardo tornou-se pedra no sapato do alemão, que acabaria por fechar com a Ferrari. O mesmo aconteceria ao australiano com a vertiginosa ascensão de Max Verstappen na escuderia rubrotaurina.
A Fórmula 1 é isso. Oportunidades vão e vêm ao sabor do vento e é preciso aproveitá-las. A Ferrari trouxe dois grandes campeões e nenhum dos dois levou títulos com os carros vermelhos. Nem Fernando Alonso e agora nem Vettel – sinceramente, ganhar o quinto campeonato em 2020, se este acontecer, é uma hipótese pouco plausível ante o favoritismo da Mercedes, que no atual regulamento vem dominando tudo.
Na esteira do anúncio do fim do vínculo de Vettel, começam as especulações. Sem dúvida, Daniel Ricciardo e Carlos Sainz Jr. são bons nomes. E há um astro que não renovou – ainda – para 2021, que atende pelo nome de Lewis Hamilton.
Todavia eu não sei se é o caminho. Se é o que a Ferrari necessita no momento. Acho mais viável o investimento em Sainz e/ou Ricciardo, deixando para segundo plano uma possível ascensão de Mick Schumacher, que inclusive ainda precisa fazer melhor na Fórmula 2 para mostrar que está pronto e apto a subir para a Fórmula 1.
As cartas estão à mesa. Inclusive as do futuro de Vettel. Aposentadoria? Nova equipe? Ano sabático?
É com vocês, nos comentários.