Mais duas

RIO DE JANEIRO – Finalmente o Liberty Media anunciou uma esperada atualização do calendário de 2020 do Mundial de Fórmula 1, ainda com provas somente na Europa.

Como já se previa e/ou imaginava, a Ferrari terá a chance de comemorar sua 1000ª participação em provas da categoria máxima em seu território e num de seus circuitos. O traçado de Mugello, próximo a Scarperia, receberá o GP da Toscana, na semana seguinte ao GP da Itália, completando um “triple header” de provas que terá, no fim de agosto, o GP da Bélgica.

Incrivelmente, o décimo GP confirmado é no quarto país em número de casos de infecções por Covid-19 no planeta: a Rússia terá sua corrida em Sóchi e – acredite quem quiser, com venda de ingressos… A prova na terra de Vladimir Putin será em 27 de setembro.

Daí em diante, nada anunciado. Seguem as especulações em torno de Portugal e Alemanha, um “double header” no Bahrein e uma prova em Abu Dhabi, para se cumprir um mínimo de 15 eventos – embora se saiba que há possibilidade de se realizar pelo menos 18 etapas.

E tem o seguinte: o Vietnã garante que pode fazer sua corrida neste ano, mas a China corre sérios riscos de ser limada do calendário. As Américas, presentes no calendário desde 1950, não devem ter nenhuma corrida. Ontem, a Dorna cancelou o GP dos EUA marcado para o COTA, em Austin. É pouco provável que a F1 venha para o continente.

Mas hoje, em coletiva, o governador de São Paulo João Doria e o prefeito Bruno Covas asseguram que a categoria vem para o segundo país no ranking da Pandemia mundial – isso mesmo, o Brasil.

Só que o chefão da Mercedes Toto Wolff acha “pouco possível” ter GP do Brasil, bem como corridas no México, Canadá e EUA este ano.

E eu também.

Sejamos realistas e não lunáticos de achar que com 1.768.970 casos (e subindo), bem como 69.406 vítimas fatais (e subindo) há condição de ter Fórmula 1 em Interlagos nesse triste e incomum 2020.

Comentários

  • Com tantos casos de Covid-19, é um absurdo ter corrida na Rússia, mas isso prova que o ditador Vladimir Putin tem muita força na Liberty Media.

    Doria e Covas estão viajando na maionese, e dão declarações pensando apenas na eleição municipal desse ano. Não haverá corrida nem no Canadá, que está com poucos casos de Covid-19 (se comparado com Brasil, EUA e México).

    • Mas no Canadá não deve ter corrida por questões logísticas mesmo… Além do mais, quanto mais perto do fim do ano, mais o frio aumenta por lá, o que diminui muito a possibilidade de corrida.

      • Sim, a questão no Canadá não é a Covid-19, e acho que o frio também não seria um problema tão grave.A questão lá é grana mesmo. Financeiramente, o custo para deslocar o circo inteiro apenas para o Canadá é muito alto. Essa operação só não dá prejuízo se ocorrerem as quatro corridas: México, EUA, Canadá e Brasil.

        O que eu quis dizer, e acho que não expliquei direito, é que o fato de três países tratarem a pandemia com descaso, resultou no cancelamento da corrida no Canadá, um país com poucos infectados e mortes, se comparado com os três citados.

      • Exato. O problema lá não é a Pandemia. São as consequências dela por conta dos casos altos nos EUA, Brasil e México.

        Não cabe à FOM onerar os custos para apenas um evento nas Américas, por melhor que seja a pista.