8h do Bahrein: a hora e a vez de Conway, Kobayashi e López

Largada em Sakhir – ainda com sol – para as 8h do Bahrein que encerraram o Mundial de Endurance na temporada 2019/20, consagrando a trinca vencedora da prova campeã mundial. Mike Conway/Kamui Kobayashi/José María López hoje têm seu dia de felicidade (Foto: FIA WEC/Marius Hecker/AdrenalMedia.com)

RIO DE JANEIRO – Nunca a frase ‘os humilhados serão exaltados’ caiu tanto como uma luva no automobilismo mundial quando como neste sábado. Primeiro com a incrível pole position de Lance Stroll para o GP da Turquia de Fórmula 1. Agora, há pouco, com o título do Mundial de Endurance (FIA WEC) conquistado por Mike Conway/Kamui Kobayashi/José Maria López, os grandes vencedores das 8h do Bahrein, oitava e última corrida da temporada 2019/20 da categoria.

Beneficiados pelo EoT aplicado entre os dois Toyota LMP1 – algo que ninguém entendeu mas, enfim, regra é regra – os três tiveram um carro mais sólido em ritmo de prova, Kobayashi ainda fez a volta mais rápida da disputa, encerrada com 263 voltas percorridas e, com o #8 parando sempre duas voltas antes a cada stint, não foi difícil que os vitoriosos sacramentassem o título com a quarta vitória em oito provas, cruzando com vantagem de 1’04″594 ao final da corrida.

De forma que, com a pontuação máxima aplicada a eles pela vitória mais a pole, a trinca do #7 fechou o ano com 207 pontos somados contra 202 de Brendon Hartley/Kazuki Nakajima/Sébastien Buemi. Mesmo sem disputar a última corrida, com o desmantelamento do esquema da Rebellion Racing, Bruno Senna fechou o ano como 3º colocado no Mundial de Pilotos em Esporte-Protótipos, junto a Gustavo Menezes e Norman Nato, somando 145 pontos.

A LMP2, mesmo com apenas seis carros, foi sensacional do começo ao fim. Com variadas estratégias e batalhas campais por posições, a Jackie Chan DC Racing finalmente chegou ao topo do pódio na classe em 2019/20 e ao 3º posto da geral, após lutas titânicas contra o carro da Jota – que curiosamente faz o ‘running’ do time do ator Jackie Chan e seu sócio David Cheng.

Ho-Pin Tung/Gabriel Aubry/Will Stevens faturaram a disputa após 247 voltas com menos de dois segundos de frente para Antonio Félix da Costa/Roberto González/Anthony Davidson, com o português e o mexicano se contentando mesmo com o 3º lugar na classificação final da temporada.

O Racing Team Nederland queria o pódio e conseguiu: Nyck de Vries/Giedo Van der Garde/Frits Van Eerd completaram a prova em 5º na geral e terceiro na classe, superando a United Autosports – que perdeu uma sequência de seis pódios, mas deu o vice a Paul Di Resta – e a Signatech Alpine Elf, que andou bem durante vários momentos da disputa, mas no final perdeu terreno e ficou apenas em 5º na classe e sétimo na geral – resultado até desapontador para André Negrão/Pierre Ragues/Thomas Laurent.

Na LMGTE-PRO, Michael Christensen/Kévin Estre se despediram do título conquistado em 2018/19 vencendo a prova na categoria e fechando em 8º na geral, na dobradinha com o outro Porsche 911 RSR-19 guiado por Richard Lietz/Gianmaria Bruni. Davide Rigon/Miguel Molina, da AF Corse, levaram a Ferrari ao pódio.

Só que campeões e vice foram da Aston Martin Racing: os dois carros do time britânico tiveram problemas de freios e qualquer chance que Maxime Martin poderia ter de reverter o quadro foi para o beleléu no final da corrida, quando o #97 que partilhava com Richard Westbrook precisou trocar discos, pinças e pastilhas.

O #95 do “Dane Train” de Nicki Thiim e Marco Sørensen, por sorte, inclusive, teve o problema antes. E com isso, navegaram em 5º na classe até o final porque a #51 guiada por Daniel Serra/James Calado se enroscou com um Porsche da LMGTE-AM, teve o pneu furado e ainda foi punida porque a direção de prova viu culpa na manobra de Daniel Serra sobre Egidio Perfetti. Eu, sinceramente, não puniria. Enfim…

E por falar no Porsche de Egidio Perfetti, o Team Project 1 viu a vitória sorrir ao trio Egidio Perfetti/Larry Ten Voorde/Jörg Bergmeister, que cruzou com 232 voltas percorridas.

A 2ª posição, a despeito de uma conta de cálculo impreciso quanto ao tempo mínimo de pilotagem do bronze François Perrodo deu a ele, Emmanuel Collard e Nicklas Nielsen o título: a dupla do #83 da AF Corse viu os rivais Jonathan Adam/Salih Yoluç/Charlie Eastwood perder a taça que lhes escorreu dos dedos por conta de… troca dos freios do Aston Martin da TF Sport. Com isso, o #90 ficou apenas em 8º na classe, insuficiente para manter a liderança e embolsar o caneco.

O último degrau do pódio ficou com a Dempsey Racing-Proton em boa atuação do trio Jaxon Evans/Khaled Al Qubaisi/Marco Holzer, com o #54 da AF Corse em quarto e a Gulf Racing completando o top 5.

As 8h do Bahrein representaram também o fim da era dos LMP1 como classe principal: a partir de 19 de março, data das 1000 Milhas de Sebring, entra em vigor a nova classe LMH. Também os LMP2 terão não só um dec´rescimo de potência estimado em 40 HP, mas também fornecedor único de pneus – a Goodyear. O WEC também se despediu da diretora de mídia da categoria, a inglesa Fiona Miller e também de Gérard Neveu, o CEO que atuou como o grande dínamo daquela que hoje uma das mais importantes competições de automobilismo do planeta.

Que a próxima temporada, a despeito das dificuldades geradas pela Pandemia, seja melhor do que esta que terminou. É o meu desejo.

Comentários

  • Não vi a corrida, não tenho muito a comentar,
    Só faço um registro: acho o Nick de Vries um puta piloto, que na minha opinião tinha lugar fácil na F1.
    Se eu fosse o Gunther Steiner, tava correndo atras dele.

    Antonio