Direto do túnel do tempo (473)

RIO DE JANEIRO – Este é possivelmente um dos últimos registros de uma equipe que foi tragicamente dizimada em 29 de novembro de 1975.

Após testes de preparação com vistas à temporada de 1976, já com o carro da foto – o Hill GH2 – pronto e em desenvolvimento, seis integrantes da Embassy-Hill – o bicampeão mundial de F1 Graham Hill, então dono de escuderia após se retirar do esporte naquele mesmo ano, o piloto Tony Brise, o desenhista Andrew Smallman, o Team Manager Ray Brimble e os mecânicos Tony Alcock e Terry Richards não sobreviveram a um desastre aéreo.

Graham comandava seu avião, um Piper Aztec, e voltara com os supracitados de Bandol, nas cercanias do circuito francês de Paul Ricard, onde foram feitos os testes coletivos de pré-temporada, para o Aeroporto de Biggin Hill, onde trafegavam aviões de pequeno e médio porte.

Na altura de Arkley, ao norte de Londres, a neblina tornou as condições ainda mais difíceis. Era noite e Graham tentou um pouso forçado para salvar todos os tripulantes da aeronave. Contudo, isso não foi possível. O Piper Aztec caiu num campo de golfe e houve incêndio.

Soube-se depois que o brevê de Hill estava vencido para voos noturnos e histórias do passado aumentaram ainda mais a fama de negligente no comando de aeronaves que Graham possuía.

Processos judiciais fizeram a família do bicampeão – que deixou viúva e três filhos, incluindo Damon, então com 15 anos – perder tudo o que tinham.

Histórias que vocês lerão em “Saudosas Pequenas”, que em breve chegará às mãos de vocês.

Há 45 anos, direto do túnel do tempo.

Comentários

  • Muito legal ver este registro, não me lembro de ter visto esta foto. Não sei se você Rodrigo, vai concordar comigo, más isso mostra claramente uma certa mistura de projetos da Brabhan e também da Mclaren. Bem interessante !
    Grande abraço Rodrigão.

  • Graham Hill, na minha opinião, um dos Gigantes do automobilismo. Nunca li um relato de alguém criticar ele durante sua carreira. E a história em que ajudou a salvar a vida do Emerson, como agiu depois do acidente do Clark etc ? Correu em várias categorias, e até hoje, único Tríplice Coroado da história, tendo também em seu currículo, a unica dupla pai e filho campeões da F1. Me corrijam se me equivoquei.
    Um monstro das pistas.

  • Um dia desses vou fazer um ‘grid’ dos que morreram antes da hora: Tony Brise estará lá, junto com Rindt, Cevert, Peterson e tantos outros.

    A batida de ontem, na largada, mostrou o ‘processo seletivo’: morre um, abre-se uma vaga para piloto.

    Mas Tony Brise estava crescendo, o novo carro da equipe andava bem, as perspectivas eram legais: foi tudo para o lixo.

    Uma pena mesmo.

    Não sabia da história do brevê, que considero detalhe burocrático. Lembro da manchete da AutoSprint: “Neve ou gelo?”. Era certo que o avião caíra por mau tempo, que congelou as asas do avião e o derrubou.

    Vou ler os detalhes mais atuais no ‘Saudosas Pequenas”.

  • O mais estranho eh que Graham, considerado um dos pilotos de F1 mais concentrados dentre todos, era considerado um piloto de aviões bastante negligente e até mesmo distraído. As pessoas tinham pavor de voar com ele. Já eram varias as situações de risco iminente em que ele havia se envolvido anteriormente.
    Me lembro de ter lido o relatório do acidente na época, numa revista de aviação, e foi considerado 100% culpa do piloto. Embora não me lembre de detalhes, a conclusão foi que ele deveria ter tentado um pouso alternado, e não ter tentado pousar numa condição em que nem ele nem o avião estavam preparados.