WEC 2021, Prólogo: G-Drive e De Vries fecham como os mais rápidos; grid em Spa terá 34 carros

RIO DE JANEIRO – Terminou o Prólogo do FIA WEC, o Campeonato Mundial de Endurance, com mais duas sessões de testes coletivos em Spa-Francorchamps, na Bélgica. E a exemplo do que acontecera na véspera, um LMP2 foi mais rápido que os Hypercars e o melhor tempo de todos os quatro treinos ficou com a G-Drive Racing e o piloto holandês Nyck De Vries.

O líder do ABB FIA Fórmula E não precisou mais do que três voltas para marcar 2’04″168 com o Aurus 01 Gibson #26 e registrar a melhor volta dos testes, superando o tempo de Filipe Albuquerque no dia anterior – e olha que o português foi de novo rápido hoje – 2º colocado da sessão matinal com 2’04″284. Anthony Davidson, da JOTA, foi o terceiro mais veloz em 2’04″582, com o Racing Team Nederland (Job Van Uitert) em quarto na classe e o Team WRT, com Robin Frijns, em quinto.

A termo de comparação, os LMP2 com as novas regras de kit aerodinâmico low drag, mais peso mínimo, menos potência e pneu duro estão pouco mais de dois segundos mais lentos que a melhor volta na definição do grid das 6h de Spa-Francorchamps do ano passado – 2’01″888.

Mas a maior discrepância fica com a classe principal. Claro que a intenção é deixar os Le Mans Hypercar mais lentos do que eram os LMP1, Mas não precisava tanto: o melhor tempo do Toyota GR010 Hybrid, com Sébastien Buemi a bordo, foi 2’04″669 – inclusive o suíço foi o melhor do quarto e último treino.

Só que a pole ano passado da LMP1 foi – na média – em 1’59″577 e a melhor volta ficou em 1’59″342. E nem foi da Toyota, que corria com uma série de restrições naquela etapa. Foi do protótipo Rebellion R13, hoje o Alpine A480, que no Prólogo virou 2’05″230 na sua melhor passagem – tempo pior que qualquer LMP2 em 2020.

André Negrão completou 60 voltas ao longo dos treinos e fez sua melhor passagem em 2’05″980.

Entre os LMGTE-PRO, Kévin Estre conseguiu uma volta incrível com o Porsche #92 que partilhará com Neel Jani e foi o mais rápido do Prólogo, enfiando 1″298 no bolso do macacão de Richard Lietz, companheiro de garagem da marca alemã. James Calado também virou na casa de 2’14” assim como o austríaco da equipe rival e foi o terceiro com a Ferrari #51 da AF Corse, seguido por Miguel Molina – único que andou na #52 do time de Amato Ferrari porque Daniel Serra ainda estava em trânsito para a Bélgica e não pôde guiar.

A Corvette fez 194 voltas no Prólogo – mais do que normalmente se anda numa prova de 6h em Spa com um carro Grã-Turismo. Oliver Gavin, mesmo sem competir full time desde o fim do ano passado, marcou 2’14″703 como o melhor tempo do C8.R. Para a primeira aventura da Corvette Racing na Europa – sem ser Le Mans, é bom que se diga – a equipe dispõe do suporte da Larbre, que por anos foi cliente do construtor estadunidense.

Já na LMGTE-AM, a Cetilar Racing fechou os testes com o melhor tempo – Antonio Fuoco fez 2’14″509 no primeiro dia e essa marca não foi mais superada. O compatriota Matteo Cairoli registrou a segunda melhor volta no Porsche da Project 1 Racing e Matt Campbell foi o terceiro melhor no carro #77 da Dempsey Racing-Proton.

A boa notícia é que a TF Sport conseguiu reconstruir os dois carros a tempo – com a chegada do chassi usado na prova do ELMS em Barcelona – e, refeito, o #33 de Dylan Pereira/Felipe Fraga/Ben Keating andou bem; o luxemburguês de família portuguesa foi ainda o quarto melhor da divisão no acumulado dos treinos e Fraga virou em 2’15″162 hoje à tarde na sua melhor volta. Ao todo, os dois completaram 52 voltas. Refeito do susto na véspera, Ben Keating deu 63 giros nos treinos.

Augusto Farfus fez a melhor volta do #98 da NorthWest AMR, que foi o oitavo melhor entre os 13 carros que treinaram. Com 2’15″302, o paranaense fechou o Prólogo com 79 voltas percorridas. Marcos Gomes chegou hoje, sentou na ‘barata’ e foi bem – 2’15″812 após 41 giros. O patrão Paul Dalla Lana marcou 2’18″074. O melhor piloto bronze da LMGTE-AM no Prólogo foi François Perrodo, que andou em 2’15″951.

E por falar em piloto bronze, por conta do acidente sofrido por Anders Burchardt na véspera, o Team Project 1 terá de desistir da disputa com o carro #46 que marcaria a estreia dele e de Axcil Jefferies no FIA WEC, além da presença de Dennis Olsen. Segundo a equipe chefiada por Axel Funke, não há chassis disponíveis para a troca e como houve danos bastante extensos, o time decidiu por retirar o Porsche do evento. Assim, as 6h de Spa-Francorchamps serão disputadas por 34 carros – três LMH, 14 LMP2, cinco LMGTE-PRO e 12 LMGTE-AM.

Mas outras equipes também tiveram problemas na terça~feira: o Oreca 07 do Racing Team Nederland, com Job Van Uitert a bordo, colidiu com a Ferrari #85 das Iron Dames guiada por Katherine Legge, na veloz curva Blanchimont. Tanto a equipe holandesa assistida pela TDS Racing de Xavier Combet como a Iron Lynx terão trabalho extra na reconstrução dos carros danificados.

E houve ainda um contato na subida do complexo Eau Rouge-Raidillon entre o Toyota #7 e a Ferrari da Cetilar Racing, que trouxe danos ao carro então guiado por Roberto Lacorte. Ou seja: um Prólogo trabalhoso, difícil, acidentado e sem qualquer prognóstico de favoritismo em nenhuma categoria para a corrida que acontece neste sábado lá mesmo na Bélgica.

Comentários

  • Como venho pontuando sempre, acho o Nick de Vries um piloto excelente, que merecia ter tido uma vaga na F1.
    Outro piloto que me impressionou muito nas ultimas 4h de Barcelona foi o jovem inglês Tom Gamble, que tenho a impressão, não vai participar dessa prova pela United Autosport.