8h de Indianápolis: Saintéloc vence e Audi tem conquista adiada no IGTC

RIO DE JANEIRO (atualizado segunda-feira, 13h32) – Numa disputa absolutamente caótica do início ao fim, a Audi venceu a edição 2021 das 8h de Indianápolis, segunda etapa do Intercontinental GT Challenge – e que até a terceira hora serviu também para pontuar os inscritos do GT World Challenge America, uma vez que a corrida foi disputada como última etapa da competição local organizada pela SRO de Stéphane Ratel.

Com 39 carros no grid, a corrida começou pontualmente às 11h de Brasília e foi dominada de início pela Ferrari #51 que saiu na pole position e liderou a primeira hora de disputa. Mas as bandeiras amarelas começaram a pontuar a disputa – cedo demais, principalmente por conta de problemas de freio no McLaren 720S GT3 da Inception, que se atrasaria bastante em virtude dessas falhas.

Registre-se inclusive que a disputa teve 25% do tempo total em regime de Safety Car…

Na 3ª hora de prova, foi resolvida a parada no GTWC America: Ashton Harrison fez a primeira parte da disputa com Matt McMurry e tornou-se a primeira mulher a vencer um evento na geral nesta competição em terras estadunidenses. Com o Acura NSX GT3-EVO da Compass Racing, a dupla superou o Lamborghini de Corey Lewis e Giovanni Venturini, além do outro Acura NSX GT3-EVO inscrito pela Racers Edge Motorsports para Dakota Dickerson e Taylor Hagler.

Antes, um múltiplo acidente tirou de combate dois Mercedes-AMG GT3 e definiu o 3º lugar dos pilotos no campeonato em favor de Michael Dinan (mesmo doente e ausente da prova) e Robby Foley: o carro #33 de Russell Ward/Phillip Ellis/Marvin Dienst se enroscou com dois carros da DXDT Racing – o #19 de Erin Vogel/Michael Cooper/Thomas Merrill e o #63 de Ryan Dalziel/David Askew/Scott Smithson.

Também o outro carro da DXDT, com George Kurtz/Colin Braun/Ben Keating teve uma falha insolúvel de eletrônica e o Porsche da Wright Motorsports guiado por Jan Heylen/Fred Poordad/Max Root também desistiria por conta de danos na suspensão.

O tráfego causado pelos modelos GT4 inscritos – foram 13 ao todo – também provocou dificuldades e a Ferrari #51 da AF Corse-Francorchamps Motors foi acertada em cheio pelo Toyota Supra de John Geesbreght/Kevin Conway/Jack Hawksworth – que depois abandonaria com problemas no sistema de direção.

A má sorte acompanhou igualmente a outra Ferrari decorada em vermelho com faixas em amarelo: a #71 de Alessio Rovera/Callum Ilott/Antonio Fuoco eventualmente liderou a disputa, mas o carro italiano bateu na reta final da prova com um Aston Martin retardatário da GT4, provocando seu abandono.

Não obstante, Pier Guidi jogou Matt McMurry, que liderava na Silver Cup junto a Harrison e Mario Farnbacher, para fora da pista e foi punido com drive through – a exemplo do #32 do Team WRT, que liderava em dobradinha para a Audi e daria o título antecipado do IGTC em Construtores à marca de Ingolstadt. As punições foram por motivos diferentes: se a Ferrari teve que pagar a penalidade pelo incidente já descrito, o carro do time de Yves Weerts, René Verbist e Vincent Vosse perdeu a vitória porque a equipe não obedeceu às instruções da direção de prova.

Fica a pergunta: que instruções?

As confusões só terminaram na última amarela, quando Jean-Marc Gounon jogou a boa corrida da equipe Craft-Bamboo fora e bateu no fim da reta oposta com o McLaren retardatário da novata equipe Crucial Motorsports, pilotado por Ben Barnicoat.

Ao fim de tudo, após 265 voltas – e sem Markus Winkelhock, que terminou antes seu trabalho para poder ir direto ao aeroporto e voar de volta à Europa por conta do nascimento de sua filha, Christopher Haase e principalmente Patric Niederhauser terminaram o trabalho e deram a vitória à equipe francesa Saintéloc Racing e à Audi Sport, com uma de suas três inscrições oficiais.

O 2º lugar, após tantos percalços – já que o carro só chegou na abertura dos treinos livres – ficou com o Team AKKA-ASP representando a Mercedes-AMG com o trio Raffaele Marciello/Timur Boguslavskiy/Dani Juncadella – este último foi chamado de última hora para substituir o brasileiro Felipe Fraga, que por supostos problemas de visto de entrada não pôde embarcar para os EUA. Hum…

Após uma corrida de recuperação, a K-PAX Racing fechou bem o ano e somou bons pontos para a Lamborghini com o 3º lugar dos campeões do GTWC America Jordan Pepper e Andrea Caldarelli, aos quais juntou-se o velocíssimo Mirko Bortolotti, vindo da FFF Orange 1 Racing, que abriu mão de disputar as 8h de Indianápolis.

Com um ótimo quarto posto, Aurélien Panis/Lucas Légeret/Nicolas Baert venceriam na Silver Cup com o segundo Audi da Saintéloc Racing, seguidos pelos dois Acura NSX GT3-EVO alinhados pelos times dos EUA – o #77 de Mario Farnbacher/Ashton Harrison/Matt McMurry em sétimo na geral e, logo após, Taylor Hagler/Dakota Dickerson/Jacob Abel.

Mas uma punição pós-prova com acréscimo de tempo de 53 segundos por conta de uma infração – o #26 e outros carros entraram nos boxes com o pitlane fechado por ocasião de um Safety Car – fez com quem a trinca perdesse a posição e a vitória na categoria, sendo despromovida ao 7º posto na geral e segundo na Silver Cup, cujos vencedores foram Harrison/Farnbacher/McMurry.

Aliás, boa a presença feminina nas 8h de Indianápolis, com quatro pilotas – Ashton Harrison, Erin Vogel, Taylor Hagler e Pippa Mann, que esteve num carro da GT4.

Com uma ultrapassagem no fim, que as câmeras da transmissão não mostraram, a AF Corse-Francorchamps Motors chegou em quinto na pista e quarto no resultado corrigido, com o trio Pier Guidi/Nielsen/Ledogar (vencedor em Spa) e o resultado impediu que a Audi conquistasse o título de Construtores no IGTC, até porque o segundo carro mais bem colocado da marca na prova não foi ao pódio na geral: o 1-2 antes da punição ao #32 teria liquidado a fatura em favor da casa de Ingolstadt e a decisão ficou para a última.

Na divisão Pro-Am, quem levou a melhor foi a SunEnergy1 Racing, décima colocada na geral com o Mercedes-AMG guiado por Kenny Habul/Mikaël Grenier/Martin Konrad – mesmo após uma penalidade por infração do tempo de pilotagem (mínimo de 65 minutos por piloto a cada stint), derrotando o Porsche da GMG Racing com James Sofronas/Dennis Olsen/Kyle Washington. O pódio teve ainda o trio da TR3 Racing formado por Giacomo Altoè/John Megrue/Bill Sweedler, que chegaram a liderar no início.

Sem oposição alguma na subclasse Am, Jean Claude Saada e Conrad Grünewald, mais Mark Kvamme, fizeram o feijão com arroz para terminar a prova em 16º na geral e último entre os GT3 que resistiram à disputa. Os demais foram os modelos GT4 e a equipe vencedora da classe foi a Bimmerworld com o interminável Bill Auberlen formando o trio com James Clay e Chandler Hull.

Outra BMW, esta da Stephen Cameron Racing, chegou em 2º na classe com Guy Cosmo/Tom Dyer/Sean Quinlan, enquanto os irmãos Jeroen e Sebastiaan Bleekemolen fecharam o top 3 da categoria junto a Tim Pappas, no Porsche 718 Cayman Clubsport da Black Swan Racing.

A última etapa do IGTC será as 9h de Kyalami, marcadas para 4 de dezembro. Nesta semana, a SRO confirmou a volta das 12h de Bathurst ao calendário – que terá quatro corridas em 2022. Mas há um porém: a corrida de Mount Panorama passou para março. E pior: no mesmo fim de semana de Sebring, que terá WEC e IMSA. E não serão estas que irão roer a corda e mudar de data…

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