Danny “on the gas” Ongais (1942-2022)

RIO DE JANEIRO – A Fórmula Indy está mais uma vez de luto: após as perdas de Kevin Kalkhoven e do tetracampeão da Indy 500 Al Unser em meio a entressafra de corridas de 2021 para este ano, no último sábado foi a vez de Danny Ongais partir. O veloz havaiano tinha 79 anos e sucumbiu a problemas cardíacos. A notícia, contudo, só foi divulgada ontem (28).

Nascido em Kahului, no Havaí, em 21 de maio de 1942, Ongais (pronuncia-se Ongaias) disputou onze edições da Indy 500, com um 4º lugar como melhor performance na edição de 1979, com um modelo Parnelli VPJ6C Cosworth. Entretanto, ele é sempre lembrado pelo brutal acidente sofrido na disputa de 1981 com o belíssimo Interscope 01. Principalmente por ter sobrevivido ao violento impacto contra o muro de proteção.

Antes dos ovais, Ongais foi piloto de Dragsters (daí o pé pesadíssimo, que lhe rendeu os apelidos de “Havaiano Voador”, “On Gas” e “On The Gas”) e teve carros preparados pela lenda Mickey Thompson. Sua trajetória nos monopostos começou tardia, aos 34 anos, na USAC e também na Fórmula 1.

Apoiado pela Interscope de Ted Field, participou de quatro GPs na categoria máxima em 1977 e 1978. Primeiro com o Penske PC4 da foto, absorvido pela Interscope após a desistência da ATS em participar das corridas finais do ano de 1977 no Canadá, EUA-Leste e Japão. Ongais foi 7º em Mosport e bateu em Glen sob chuva na 6ª volta.

Em 1978, fez os GPs da Argentina e Brasil pelo Team Ensign de Morris Nunn e ainda tentou a competir com o modelo DN9 da Shadow em Long Beach e Zandvoort alinhado pela Interscope Racing, sem passar pela Pré-Classificação em ambas as ocasiões.

Na USAC, venceu seis corridas – Michigan (duas vezes), Milwaukee, Mosport, Texas World Speedway e Ontário. Seu melhor ano naquela categoria foi o de 1978, onde inclusive poderia ter ganho mais provas. Foi para a CART em 1979 e lá só figurou no pódio duas vezes, em Watkins Glen no ano de 1980 e Michigan, em 1984.

Em 1987, sofreu um enorme acidente nos treinos para a disputa da Indy 500, onde correria com um Penske Chevrolet-Ilmor. Na batida, sofreu uma concussão craniana que o impediu de voltar. A equipe manteve a inscrição do carro #25, chamou Al Unser – que estava semi-aposentado – e alinhou um March de 1985 – que era um “Show Car” – no lugar do carro acidentado. Ironia do destino: Al Unser venceu a corrida.

Ongais regressaria à Indy 500 para uma espécie de ‘acerto de contas’ com o passado, mas não numa circunstância das mais agradáveis: ele tinha já 54 anos em 1996 e foi lembrado por John Menard para substituir Scott Brayton, morto em treinos livres e que fizera a pole position. Largando de último, Ongais ainda chegou em sétimo – e isso depois de nove anos fora das pistas.

Ele ainda faria uma aparição pela equipe Chitwood na etapa da IRL disputada no Walt Disney World em 1997, terminando em 13º lugar. Sua última tentativa na Indy 500 foi no ano seguinte, não se qualificando com um carro do Team Pelfrey.

No Endurance, Ongais faturou também uma das edições das 24h de Daytona – em 1979, venceu a lendária prova da Flórida com um Porsche 935 alinhado junto ao patrocinador e também piloto Ted Field e ao mito Hurley Haywood, um dos maiores vencedores da corrida em todos os tempos.

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