Tony Brooks (1932-2022)

RIO DE JANEIRO – Partiu para sempre nesta última terça-feira o último vencedor ainda vivo de Grandes Prêmios de Fórmula 1 na primeira década da história da competição: o “Dentista Voador” Tony Brooks morreu aos 90 anos de idade e ele era, desde a perda de Stirling Moss, quem representava a primeira geração de pilotos vitoriosos na categoria máxima do esporte a motor.

Brooks formou-se em Odontologia por influência do pai, que era cirurgião-dentista e o piloto praticou o ofício no consultório paterno enquanto dava os primeiros passos com os carros em 1952, chegando aos 23 anos à Fórmula 1 em eventos extracampeonato. Em Siracusa, ganhou com um Connaught, dando a um construtor britânico o primeiro triunfo em provas internacionais desde o distantíssimo ano de 1924 em competições de monoposto.

Brooks estreou em GPs oficiais em 1956, nas ruas de Monte-Carlo, no GP de Mônaco. Faria 38 largadas até 1961, com 10 pódios, três pole positions, três recordes de volta e seis vitórias – a primeira delas foi em Aintree, em casa, dividindo a pilotagem com Stirling Moss – o regulamento vigente naqueles tempos permitia a um piloto trocar de carro durante a corrida e os pontos de quem guiava as máquinas eram divididos igualmente.

Tony foi considerado junto a Stirling Moss e a outros nomes um dos grandes da história a nunca ter se consagrado campeão mundial de Fórmula 1. Brigou duas vezes por títulos e esteve perto da glória em 1959 – foi vice-campeão para Jack Brabham. Na época, exceto na Grã-Bretanha, quando andou de Vanwall, guiou para Enzo Ferrari e venceu duas provas na França e Alemanha. Suas últimas apresentações foram pela Yeoman Credit, pela equipe de Tony Vanderwell e, por fim, via BRM.

Seu estilo, considerado fluido, técnico e eficiente, influenciou toda uma geração. Versátil, Brooks teve também bons desempenhos no Mundial de Resistência, o World SportsCar Championship, ganhando junto a Moss dois eventos lendários a bordo do modelo Aston Martin DBRS1 – os 1000 km de Nürburgring em 1957 e o RAC Tourist Trophy de 1958.

RIP, Godspeed.

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