FIA WEC, 6h de Fuji: Toyota vence em casa e empata com Alpine rumo à final no Bahrein

Com a vitória do #8 em Fuji, a Toyota levou a decisão do WEC para o Bahrein com um empate entre o trio vencedor no Japão e os pilotos da Alpine. Ambos têm duas vitórias e 121 pontos somados. Essa decisão promete!

SÃO PAULO – A temporada 2022 do Mundial de Endurance (FIA WEC) não poderia ter um desfecho dos mais emocionantes: a decisão do campeonato que será no dia 12 de novembro no circuito de Sakhir, com a disputa das 8h do Bahrein, apresenta um histórico empate entre duas tripulações que vão para a batalha pelo título na Hypercar – tendo ainda um outsider na classificação.

A Toyota venceu, sem surpresas, as 6h de Fuji neste domingo. Os GR010 Hybrid do construtor oriental dominaram e faturaram em dobradinha, com o #8 de Sébastien Buemi/Ryo Hirakawa/Brendon Hartley alcançando o triunfo pela segunda vez no campeonato. O outro protótipo, guiado por José María López/Kamui Kobayashi/Mike Conway, fez a pole position, liderou a primeira hora e depois a direção da Toyota ordenou uma troca estratégica de posição para não dar muito nas vistas. Previsível, mas algo esperado.

Daí foi só administrar a folga sobre a Alpine, que limitada pelo BoP nesta etapa apenas correu pelo pódio. Ao cabo de 232 voltas percorridas pelo Fuji Speedway, a dobradinha nipônica foi das mais tranquilas, com 1’08″382 de diferença entre os dois primeiros.

O carro da equipe francesa precisou fazer um pit stop a mais e não foi possível alcançar a rival local em nenhum momento. Sem sustos, André Negrão e parceiros – Nico Lapierre e Mathieu Vaxivière – ficaram com a 3ª posição. Com os 15 pontos somados, o trio do #36 chegou a 121 – o mesmo total do trio do #8 vencedor neste domingo.

Os inovadores 9X8 da Peugeot conseguiram ver a quadriculada em Fuji, mas de novo pecaram pela falta de confiabilidade

Os Peugeot 9X8 – ambos, aliás – viram a quadriculada em Fuji. Mas não escaparam de apresentar problemas. A falta de confiabilidade não demorou a se manifestar: por volta de 2h30min de disputa, começou a sair fumaça do carro #94 com Loïc Duval a bordo. Foram perdidas 13 voltas e restou ganhar quilometragem. O outro bólido da marca do Leão aparentemente teve a mesma falha, mas os estragos foram teoricamente menores – tanto que Jean-Éric Vergne/Mikkel Jensen/Paul Di Resta fecharam em 4º na geral, mesmo que sete voltas atrasados.

Entre os LMP2, a disputa foi acirrada entre a Jota e o Team WRT. E venceu a equipe de Baudour, com o #31 guiado neste fim de semana por Dries Vanthoor (substituindo René Rast), Sean Gelael e Robin Frijns. Eles foram beneficiados pela necessidade da Jota em fazer um splash & dash final com o #38 então guiado por Will Stevens, que dividiu a guiada com Roberto González e o português Antonio Félix da Costa.

Vitória do Team WRT na LMP2 com o trio D. Vanthoor/Frijns/Gelael

Foi um triunfo redentor (o segundo do carro neste ano) para a equipe campeã mundial na temporada passada – eles vinham de um desastre em Le Mans e uma corrida muito atribulada em Monza, na etapa anterior.

A Jota ainda pescou o terceiro degrau do pódio com o #28 guiado por Oli Rasmussen/Jonathan Aberdein/Ed Jones, que resistiu ao #41 do Team WRT inscrito em parceria com o RealTeam. United Autosports e Prema foram meras coadjuvantes, com o time de Zack Brown e Richard Dean a figurar com o quinto e sétimo postos da divisão, tendo a Prema de recheio.

Com os resultados do fim de semana, a trinca do #38 da Jota chega ao Bahrein somando 114 pontos e quatro pódios consecutivos. Com 39 pontos em jogo na final, a diferença para Josh Pierson e Oliver Jarvis, que estão em 2º na tabela, é de 28. Como diria um famoso narrador, ‘onde tem bambu, tem flecha’…

Na LMP2 Pro-Am, mesmo com uma penalização por direção agressiva (até demais) imposta pela direção de prova liderada pelo português Eduardo Freitas, venceu o #83 da AF Corse com François Perrodo/Alessio Rovera/Nicklas Nielsen.

Entre os LMGTE-PRO, a Ferrari alcançou uma enfática dobradinha com os 488 GTE EVO da equipe de Amato Ferrari (que não tem parentesco com o fundador da Casa de Maranello, é sempre bom lembrar).

Na batalha de construtores entre os Grã-Turismo, deu Ferrari em dobradinha. No Bahrein, a LMGTE-PRO faz sua despedida do FIA WEC

O #51 de Ale Pier Guidi e James Calado alcançou o segundo triunfo no ano e assim eles seguem para a decisão no Bahrein com 120 pontos somados e uma boa margem para controlar os rivais da Porsche, leia-se Kévin Estre e Michael Christensen, que estão em 2º, a doze dos ponteiros da categoria.

Antonio Fuoco e Miguel Molina, a exemplo do que ocorreu em Monza, também poderiam ter ganho e demonstraram isto, ao chegarem a 0″284 dos rivais e colegas de escuderia. Mas a mangueira de uma das pistolas pneumáticas usadas nos pit stops enroscou na asa traseira do #52 quando Fuoco parou nos boxes pela última vez para serviço de troca de pneus e reabastecimento…

Com a temperatura muito alta do asfalto do Fuji Speedway (havia risco de chuva, não concretizado – ainda bem, aliás!), os Porsches tiveram diferentes problemas: o #92 de Estre e Christensen com o pronunciado desgaste dos pneus. O #91 de Gimmi Bruni e Richard Lietz foi penalizado cedo por excesso de track limits. Também o único Corvette C8.R foi pego de calça curta numa penalização semelhante e ademais havia ainda uma evidente falta de ritmo do #64. Tanto que Tommy Milner e Nick Tandy fecharam a disputa duas voltas atrás dos vencedores da divisão.

De carro novo após o susto em Monza, a TF Sport dominou as ações e venceu na LMGTE-AM, numa sólida performance de Ben Keating, Marco Sörensen e Henrique Chaves – segunda vitória e quatro pódios da tripulação, onde apenas Henrique não fez o campeonato completo, já que na abertura em Sebring competiu Florian Latorre. Isto faz de Keating e Sörensen os líderes com 122 pontos, restando uma etapa.

Em mais uma excepcional atuação, as meninas do trio da Ferrari #85 das Iron Dames alcançaram o segundo pódio consecutivo, com mais um 2º lugar de Rahel Frey/Sarah Bovy/Michelle Gätting. Os Aston Martin AMR Vantage estavam mesmo muito fortes em Fuji, pois a D’Station Racing veio do fundo do grid para liderar e depois conquistar um lugar no pódio, após a batalha final contra o #54 da AF Corse.

 A NorthWest AMR eventualmente também esteve em posições de pódio e na batalha pela ponta, mas o #98 perdeu rendimento e ficou em quinto, à frente do melhor Porsche da disputa, o #46 do Team Project 1 guiado por Mikkel O. Pedersen/Niki Leutwiler/Matteo Cairoli. Apenas um carro não recebeu a quadriculada: foi o Porsche #77 da Dempsey-Proton conduzido por Seb Priaulx/Harry Tincknell/Christian Ried.

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